• Malu POV
Eu vou ser mãe. Ontem nem consegui pensar nisso direito com tantas dúvidas, que surgiram em minha cabeça.
– Por que tá com essa cara, Maria? – Rafaela questionou, olhando-me no sofá.
– O Leo... Ele tá vindo aqui pra gente conversar, sei que ele vai terminar comigo, quando souber da novidade – disse desanimada e me assustei, quando Mauro entrou na sala.
– Que novidade, Maluzera?
– Caramba, Mauro, você parece fantasma, mano, brota do nada nos lugares – coloquei a mão no coração, vendo os dois rirem.
– Eu tava no quarto da Rafa, dormi aqui ontem. Que novidade você tem, moça? Bom dia, amor – ele selou os lábios da Rafa e se sentou ao lado dela.
– Deixa de ser curioso, amor, isso não é da sua conta – Rafaela comentou.
– Tá tudo bem, amiga, não dá pra esconder por muito tempo, e eu confio no Mauro, sei que ele não vai contar pra ninguém. – Respirei fundo, tocando minha barriga e voltei meu olhar para o Mauro. – Eu tô grávida.
– Grávida? Como assim? – Ele perguntou surpreso, parecia incrédulo. – Do Leo? Mas vocês estão há tão pouco tempo juntos, menos de um mês, né?
Quando ia responder, a campainha tocou, eu sabia que era o Leo, então olhei a Rafa, enquanto me levantava.
– A Rafa vai te explicar tudo, Mauro, eu preciso conversar com o Picon agora – caminhei em direção à porta, enquanto ouvia a Rafa chamar o Mauro para tomar café na cozinha.
Abri a porta, vendo o Leo, e ele logo alcançou minha cintura, puxando-a para si e selou meus lábios.
– Tudo bem, amor? Eu vim pra gente conversar. Se for por que você dormiu na casa do seu ex aquele dia, esquece, eu acredito em você e queria te pedir desculpas por aquela briga idiota – ele suspirou pesado.
– Não é sobre isso, Leo, a gente pode conversar lá no quarto? – Pedi, fechando a porta depois que ele entrou, e caminhei até o quarto com ele atrás de mim.
– Ok. Você tá me deixando preocupado, o que houve? – Ele se sentou em minha cama, fechei a porta e me sentei ao seu lado.
– Eu gosto muito de você, Picon, de verdade...
– Quando começa assim, é ruim, vai direto ao ponto, Malu. – Ele disse, voltando seu olhar para o chão.
– Certo. Eu tô grávida. – Disse rapidamente, encarando-o, sentindo seu olhar confuso sobre mim.
– Grávida? Mas a gente ainda nem... Essa criança é do T3... – Afirmei, para seu espanto e minhas lágrimas. – Mas vocês não são irmãos?
– Pois é. Eu não conhecia você ainda na última vez que eu e ele fizemos esse bebê. Leo, eu sei que é complicado, mas independente do que você queira fazer: terminar comigo, qualquer coisa, só não conta pro T3ddy que esse bebê é dele. – Pedi com o rosto molhado de lágrimas.
– Luiza, calma, me dá um tempo. Deixa eu pensar um pouquinho – ele suplicou com as mãos na cabeça, pensativo.
– Tá bom. – Fiquei ali chorando baixinho, aguardando a sentença.
Foram longos minutos ali, naquele silêncio. Ele pensou, olhou-me, levantou-se, andou pelo quarto, mexeu no celular e, por fim, sentou-se novamente em minha frente e segurou minhas mãos, encarando-me.
– Só me escuta, tá? Eu tô completamente apaixonado por você, eu tô disposto a seguir com você e essa criança se você quiser. Posso criar o nenê, como se fosse meu, com todo o amor e carinho; posso dar o meu sobrenome; se quiser registrar como do T3ddy, tudo bem, eu aceito, eu vou respeitar sua decisão, mas com uma condição.
– Qual? – Questionei surpresa com toda a sensibilidade e compreensão dele por mim. Léo devia estar gostando, de verdade, de mim para aceitar isso.
– A gente se muda de São Paulo, recomeça nossa vida. Malu, você quer levar fama da menina que tá grávida do irmão? Quer que o bebê sofra com isso? Como ele vai chamar o T3ddy? De pai ou de tio?
Leo se levantou, olhando-me, e eu sabia que ele estava certo. As pessoas eram cruéis, não ligavam para mim, mas imagino meu filho na escola, na vida o quanto ele sofreria, precisava poupá-lo disso.
– Eu aceito. – Disse no impulso, e o Leo me puxou para um abraço.
– Vai dar tudo certo, eu vou cuidar de vocês dois com todo amor e carinho do mundo – ele disse, eu pude ver a sinceridade em seu olhar.
– Obrigada, Picon; você é tão incrível pra mim, eu não te mereço – apertei-o forte, em um abraço.
– Merece, sim; eu te amo, Maluzinha – sorri fraco, dando-lhe um selinho demorado. Eu gostaria, mas ainda não conseguia dizer que o amava.
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Besides The Life - T3ddy | Lucas Olioti
FanfictionUma nova cidade, uma nova vida, um novo recomeço... Um novo amor?