Hospital 48

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Lucas Olioti POV

– Malu, não faz mais isso, por favor – a implorei, sentando-me ao lado da cama em que ela estava no hospital.

– Isso depende daquela lá, ela é tão escrota, Lucas – ela disse baixinho, enquanto eu acariciava seus cabelos.

– Eu não te traí, eu juro, eu tava dormindo, não sei como ela entrou lá – ela tocou minha boca com seus dedos, pedindo que eu parasse de falar e fez uma careta.

– Minha cabeça tá doendo. Eu acredito em você, eu sei que isso foi obra dela, relaxa – sorri e selei seus lábios aliviado. – Já posso ir pra casa?

– Ainda não. O médico pediu uma radiografia da sua cabeça por causa da pancada, não sei de onde Maju tirou tanta força – suspirei, acariciando a mão da Malu com meu polegar.

– Ela não tinha muitas opções, eu estava arrebentando ela – Malu deu um sorriso maldoso, ajeitando-se na cama.

– Ela realmente ficou bem arranhada e com rosto muito vermelho, promete não fazer mais isso? Violência não resolve nada, bebê.

– Eu sei, eu não sou assim, eu só perdi a cabeça, porque ela tá fazendo de tudo pra separar a gente. Desculpa?

– Desculpo, sim. Espero que os vizinhos me desculpem também pela gritaria de vocês e não reclamem com o síndico. – Fiquei sério alguns minutos, lembrando-me da viagem – Amor, tenho que te contar uma coisa.

– Que coisa? Ai, meu Deus, o que você aprontou, Lucas? – Perguntou ela um pouco receosa.

– A minha agência tá querendo que eu faça uma viagem pra Nova York pra cobrir o maior evento de games do mundo, é tipo o meu sonho antigo ir nesse evento... – Parei de falar aos poucos.

– Parabéns, amor, vai ser quanto tempo? Acho que não consigo ficar muito tempo sem você, então espero que seja rápido.

– Obrigado, mas você sabe que tenho a mesma agência que o Mauro, né? Que o Rafael, o Leo, o Scooby... E a Maju. – Desviei meu olhar da minha namorada, que, agora, com certeza, estava começando a entender.

– E o que isso tem a ver? – Questionou ela.

– Querem que ela vai comigo – Respondi sério, encarando-a, analisando cada expressão do seu rosto, mesmo que não conseguisse decifrá-las.

– A Maju? – Afirmei com a cabeça.

– Só pode ser brincadeira, você vai aceitar? Vai ir pra Nova York com a garota que invadiu a sua casa e deitou na sua cama seminua, e eu saí na porrada e tô aqui no hospital? – Ela começou a erguer a voz para mim.

– Para, a gente tá no hospital, fala baixo, por favor – pedi, olhando em volta. – Olha, eu não sei, ainda não disse se aceitaria ou não, mas... eu posso perder o patrocínio, se eu não for.

– Então vai. – Ela disse ríspida.

– Amor, não faz assim – supliquei com a voz melancólica.

–  Eu quero ir pra minha casa, só isso – ela disse com uma indiferença na voz, estava brava e com um pouco de razão.

Besides The Life - T3ddy | Lucas OliotiOnde histórias criam vida. Descubra agora