2

24.4K 1.2K 682
                                    


Ana:

- Você dormiu com essa roupa? - Perguntei enquanto servia minha xícara.

- Vesti agora. - encarei-lhe. - Eu dormi com a roupa da festa.

- Aceita? - Mostrei a xícara e ela negou. - Não se preocupe, eu cuido dela a partir de agora. Pode ir embora.

- Eu que comecei a cuidar dela. Vou terminar. - Luísa abriu a geladeira e tirou uma garrafa de água. - Que foi? Vai me negar um copo de água?

- Você é grossa assim?

- Desculpa. Estou com ressaca, dor de cabeça... Só queria minha cama e dormir mais. - Nos encaramos e ela ficou vermelha. - Cecília vomitou muito ontem.

- Ela está se afundando em bebidas. Espero que logo passe essa fase. O divórcio dela saiu semana passada e foi bem perturbado.

- Ah, sim... - Luísa tomou o copo de água e me olhou. - Aquela era sua namorada?

- Sim. Você deve conhecer, também é aluna.

- Sim, já a vi nos corredores.

- É melhor você ir pra casa.

Luísa assentiu, deixou o copo na pia e seguiu para o quarto. Cinco minutos depois ela voltou com roupa trocada e cabelo ajeitado.

- Você precisa de dinheiro pro Uber? - Perguntei com a carteira na mão, ela negou. - Não volte a se encontrar com a Cecí, ok?

- Se ela quiser me ver, não...

- Prometa. Por mim. - Pedi olhando em seus olhos.

- Tchau, Ana.

Destrancou a porta e saiu do apartamento.

**

Luísa:

Expliquei para as meninas sobre a Cecília, mas ocultei sobre Ana no apartamento. Disse que deixei um recado na cama e sai antes que acordasse. Foi o melhor.

Na segunda, não vi nenhuma das duas professoras, o que foi um alívio. Porém, na terça, o olhar de Ana encontrou com o meu nos corredores, logo na primeira aula. Senti um calafrio e resolvi entrar no banheiro antes que ela passasse por mim.

No meio da aula, recebi uma mensagem pelo aplicativo da faculdade para que fosse até o tutorial do centro. Perguntei se as meninas receberam, mas todas negaram.

Após a aula, fui até a sala e fui surpreendida com Cecília. Ela pediu que eu trancasse a porta e sentasse na sua frente.

- Não se preocupe, não é por conta das suas notas. - Assenti, nervosa. - Acordei e você não estava na minha casa.

- Desculpa, eu precisei ir.

- Ana que mandou? - Neguei, mas ela riu. - Eu sei que foi ela. Ana está tentando me proteger, mas às vezes me sufoca com essa proteção.

- Você já conversou com ela?

- Não adianta, mas falarei novamente. - Cecília segurou minha mão sobre a mesa e sorriu. - Esse sábado teremos a festa de dia dos professores. Aqui no campus. Você quer vir comigo?

- Sério?! Vou adorar! - Cecília sorriu e soltou minha mão. - Preciso do seu número.

Trocamos telefones e levantei.

- Tenho aula agora, mas pode mandar mensagens.

- Você precisa se concentrar na aula! - Ela levantou e se aproximou. - Não conte sobre ir à festa a ninguém, será uma surpresa para os outros professores.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora