V

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Luísa:

- Qual o problema dela estar saindo com outra pessoa? Não foi você quem disse para dar um tempo no casamento? - Fernando disse enquanto jogava bolinhas de papel rasgado na lata de lixo como se fosse um jogo de basquete.

- Por favor, se for para me julgar e xingar, não dê arrodeio, diga de uma vez.

- Ele tem razão. - Cecí suspirou e me entregou uma lata de refrigerante. - Você já está dormindo em quarto separado.

- As pessoas sentem fogo e vontade de transar, ela quer apagar a labareda. - Fer disse segurando o riso.

- Justo com a Maya?! Tem mil sapatões no mundo e ela vai escolher justo aquela mulher?

- Ou ela ou a Patrícia, né? - Cecí disse estourando uma bola de chiclete rosa.

- Odeio vocês. - Abri a latinha e dei um gole.

- Meu amor, acredite em mim, isso é fogo. Agora cuide do fogo, pois às vezes criam algo a mais.

- Não quero que Ana se envolva com ninguém. - Bati o pé no chão igual criança birrenta.

- Vou pegar você no colo e dar tapas na bunda. - Cecí falou. - Se bem que vindo de você, é capaz de ficar excitada.

- Não vou mentir que adoro uns tapas... - Sorri safada e recebi um tapa.

- Uma pena que esses tapas que você costumava receber vão para outra mulher... - Ele disse na minha frente e logo riu.

- Preciso de conselhos.

- Ou volta e tenta ser alguém, ou deixa ver o que vai rolar desse tempo. Pode ser que vocês sintam muita saudade e voltem correndo, mas pode ser que acabem se relacionando com outros. Tudo é possível. - Fer disse firme.

- Assino embaixo. - Cecí piscou pra ele.

- Vou deixar rolar por enquanto, pode ser apenas carência minha, não sei.

Eles me olharam negando a cabeça, mas não falaram mais sobre o assunto. Me despedi um tempo depois e saí do escritório, busquei as crianças no colégio, deixei em casa e fui para a delegacia. Fiquei a tarde inteira bem ocupada, tive tempo nem de tomar café da tarde, então quando saí comprei um McDonalds e fui para casa.

- Hoje é terça, é dia da dona Ana ficar até tarde na faculdade? - A babá perguntou enquanto arrumava os meninos depois de um banho.

- Sim, aquela rotina de sempre. Ela terça e quinta, na segunda, quarta e sexta sou eu. - Sorri de lado. - Deram trabalho?

- Não, apenas o Guilherme que caiu no parquinho do prédio e machucou o joelho, mas apenas um arranhão, ele nem chorou.

- Tudo bem, Gui? - Ele me olhou e assentiu. - Vou tomar um banho e vou descer, me esperem na sala.

Fui para o quarto, tomei um banho e segui para o closet. Vesti um short, um blusão de um evento antigo da faculdade e desci as escadas prendendo o cabelo em um coque.

- Mamãe, comer! - Gael disse apontando a mesa.

- Vou apenas observar, estou sem fome.

Coloquei a comida deles e fiquei mexendo no celular enquanto comiam sozinhos sujando a mesa inteira. Quando terminaram ficaram pedindo chocolate, até que dei alguns pedaços de uma barra de chocolate e eles se contentaram e seguiram para assistir TV na sala de estar. Lavei as louças na mão mesmo e fui deitar com eles, assistindo canal de desenhos.

Acabei cochilando e só acordei às 22:40h com Ana abrindo a porta. Levei um susto e sentei de uma vez. Os meninos estavam dormindo um sobre o outro no sofá.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora