I

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Luísa:

- O de hoje está pago! - Falei empurrando a cadeira para entrar debaixo da mesa. - Até segunda!

- Doutora, chegou mais uma carrada de papéis. - Diego, policial civil, entrou na minha sala com uma caixa. - Aquele caso de tráfico de crianças.

- Ótimo, separe o que for útil, na segunda vou levar alguns documentos para casa.

- Sim, doutora.

Peguei minha bolsa, enfiei a arma na cintura e fui para o carro. Coloquei o cinto, a bolsa atrás do banco e fui em direção a escola dos meninos. Estacionei na frente e desci para buscar meus três amores.

- Mamãe! - Gael gritou assim que me viu.

Os outros dois vieram correndo e ganhei um abraço triplo.

- Cadê a mamãe? - Gustavo questionou olhando para os lados.

- Acho que está no trabalho e hoje vocês três vão para a faculdade comigo. - Eles começaram a dar pulinhos. - Tenho duas aulas para dar ainda hoje e vocês estão sem babá em casa.

- Oba!

Levei os três até o carro, coloquei nas cadeirinhas e segui para a universidade.

Gael, Guilherme e Gustavo estavam 3 anos, eram espertos pra caramba, falavam pelos cotovelos e deixava Ana e eu loucas do juízo. Os olhinhos castanhos e o cabelinho de tijela bem liso, que eram da mesma cor dos olhos, estavam sempre assanhados por não pararem quietos um minuto.

Estacionei o carro e os guiei até o bloco. Os meninos já eram conhecidos na coordenação e queridos por todos, então acabavam sendo mimados pelos funcionários e por vários alunos.

- A mamãe vai dar aula agora, onde vocês vão ficar?

- Na sala! - Gael disse.

- Vão ficar em silêncio?

- Sim, desenhando. - Gustavo respondeu balançando um papel branco.

- Certo, vamos subir.

Fui para a sala de aula e os deixei no fundo da sala, onde ficaram sentados desenhando pela maior parte do tempo. Quando finalizei a aula, Ana apareceu na porta da sala.

- Cadê meus amores?

- Mamãe!!! - Eles gritaram e correram para abraça-las.

- Tô com fome! - Guilherme reclamou.

- Olhe o que eu desenhei. - Gael puxava Ana pela mão.

- Que horas vamos embora? - Guilherme perguntou.

- Muitas perguntas! Vamos comer? Também estou com fome. - Ana me olhou e sorriu de lado. - Vamos?

- Vou só fazer a chamada e já desço.

Ana levou os três e fiz a chamada. Tirei duas dúvidas de duas alunas, peguei minhas coisas, deixei na sala dos professores e fui encontra-los na lanchonete costumávamos comer.

- Pedi suco de laranja pra você e pão de queijo. - Ela sorriu. - Como foi no trabalho?

- Ótimo, conseguimos pegar mais provas sobre aquele caso das crianças, mas ainda não analisei, acredito que passarei para a Polícia Federal, é o melhor a se fazer.

- Sim, e também é algo bem perigoso de se envolver, não quero que corra perigo.

- Ainda vai dar aula hoje? - Perguntei.

- Não, estou livre. Posso leva-los para casa.

- Por mim ótimo. Vou para casa assim que terminar aqui.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora