XXVII

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Luísa:

Fiz o check-in no hotel, peguei um dos quartos do penúltimo andar e informei o nome de Fernanda Marinho, que iriam procurar por ela e que me ligassem. Me identifiquei como delegada federal e informei que era sobre um caso e que era sigiloso. O gerente assentiu com cara de nervoso.

O quarto era grande, tinha um banheiro enorme com jacuzzi e vários produtos para usar. No quarto tinha uma cama enorme, TV e era espelhado. No frigobar haviam cervejas, refrigerantes e outras bebidas, também tinha algumas comidas industrializadas em uma mesa e um balde com champanhe e duas taças.

- Será que invadi um quarto de lua-de-mel? Jesus. - Olhei a marca cara do champanhe. - Porra, espero que não aumente na conta.

Coloquei minhas coisas na mesa, junto com o envelope amarelo e sentei em uma poltrona. Liguei a TV e fiquei olhando, mas não assistindo, estava voando em pensamentos e ansiosa para a sua chegada.

***

Ana:

Estacionei o carro na lateral do hotel e fui andando até entrar no saguão. Uma mulher simpática sorriu quando me aproximei do balcão.

- Fernanda Marinho, ela está me esperando. Me chamo Ana, advogada que ela espera.

- Vou ligar para o quarto, aguarde um minuto,
por favor. - Assenti.

Ela ligou e informou que eu estava lá embaixo. A mulher falou algo e me liberou.

- Pode subir, é o 13º andar, o último quarto do corredor.

- Deus, fique comigo. - Suspirei e a mulher franziu o cenho. - Algum problema?

- A mulher que subiu para esse quarto é bem bonita, acho que não precisa ficar com medo. Bem, eu não conversei com ela.

- Pode me informar como ela é? Tipo, se estava assustada?

- Parecia nervosa e olhava para os lados, subiu com um envelope e tudo. A senhora precisa de algo?

- Não, está tudo bem... Sei me virar. Obrigada.

Coloquei a mão nas costas e verifiquei se a arma continuava ali. Caminhei até o elevador e subi com mais duas mulheres. Apertei o 13º, enquanto elas ficaram no 6º andar.

Parei de frente para a porta e encarei a madeira escura, com 1301. Respirei fundo, ajeitei a arma na cintura e bati porta. A porta abriu sozinha, entrei devagar e a porta fechou da mesma forma, sozinha.

Andei pelo quarto e vi que era bem luxuoso, verifiquei alguns envelopes sobre uma mesa e uma bolsa parecida com uma antiga que eu usava e Luísa estava usando. Meu coração acelerou e imaginei que Maya estivesse ali.

Coloquei minhas coisas sobre a mesma mesa e fiquei olhando para o quarto. A TV estava passando um filme clássico, acho que Bonequinho de Luxo.

Senti mãos ao meu redor e dei um pulo, puxando a arma e apontando para a pessoa. Era Luísa com braços erguidos.

- O que você está fazendo?! - Ela perguntou de olhos arregalados.

- O que você está fazendo?! - Rebati.

Abaixei a arma e coloquei sobre a mesa, aí notei que a dela estava perto de um envelope.

- Não sabia que estava andando armada por aí.

- Eu estava indo encontrar uma mulher que estava com medo, não com minha ex-mulher que não tem medo de nada.

- Não somos ex-esposas, continuamos casadas.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora