XXIII

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Ana:

- Ontem quando encontramos a Diane, você ocultou o endereço do apartamento. Por quê?

Sentei na cama ainda nua e peguei meu celular que estava próximo.

- Amor, você tem que aprender a não confiar 100% nas pessoas, mesmo que elas tenham fé pública e sejam policiais, delegadas, o que for. - Luísa se ajeitou na cama, encostando-se na cabeceira.

- Quer dizer que não confia 100% nela?

- Na verdade eu confio mais no Dr. Nero.

- Então fomos até Diane?

- Eu só precisava falar pra alguém e o Nero poderia estar ocupado.

Eu sabia que o motivo não era esse, mas preferi não comentar, aquele assunto me deixava aflita e a última coisa que eu queria era ficar pensando ainda mais no caso do sequestro.

Peguei meu celular e tirei uma foto dela, com o lençol cobrindo os seios, o cabelo assanhado caído no corpo e a carinha de cansaço, sono e de quem tinha acabado de transar.

- Como consegue ser tão linda? - Perguntei deixando o celular de lado.

- Só você acha. - Ela me puxou e deitei ao seu lado, agarrando seu corpo. - Não vou fugir.

- Da última vez que te deixei sozinha você foi sequestrada.

- E se acontecer mais algum sequestro entre a gente, pode ter certeza que será eu lhe sequestrando.

- Primeiro, espero que não tenha mais sequestro nenhum e segundo, se algum dia você fizer uma gracinha desses comigo, tenha certeza que vou fazer greve de sexo durante um ano, lhe dar três tapas e pensarei em vingança.

- Você é canceriana, além de trouxa, carinhosa e boba, você não iria se vingar de mim. - Ela balançou os ombros e beijou meu rosto. - Agora vamos dormir, estou exausta.

Em alguns segundos nós apagamos.

Quando acordei, Luísa não estava ao meu lado, mas os trigêmeos dormiam junto comigo. Guilherme estava com metade do corpo sobre o meu e o outro no colchão, enquanto os outros dois dormiam encolhidos e com frio. Desliguei o ar-condicionado e notei que ela também não estava no banheiro.

- Luísa?! - Chamei tentando tirar Guilherme de cima sem acordar.

Fui até a cozinha e ela estava preparando alguma coisa no fogão.

- Você quer me matar de susto? - Perguntei dando um tapa em seu ombro. Ela riu.

- Escutei quando me chamou e esperei que viesse atrás, ué.

- Custava responder? - Revirei os olhos e peguei um copo de água na geladeira.

- Revirando os olhos? Merece um castigo.

- Ih, baixou a Luísa Grey de novo. - Deixei o copo na pia e me aproximei. - Estou com muita fome.

- Você está com fome desde ontem.

- O que quer dizer?

- Acordei com você gemendo no meio da noite. Estava sonhando com quem?

- Gemendo?

- Sim, você se remexeu na cama e acordei, quando eu vi você gemia baixinha e ainda próximo ao meu ouvido.

- Eu sonhei contigo. - Meu rosto ficou vermelho e ela sorriu. - Pare de me zoar.

- Estou falando nada, só contando o que eu vi e ouvi. - Ela apagou o fogo e colocou ovos com salsicha em um prato bem grande.

- Ah, sim.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora