Ana:Raquel me levou para a sua casa e me deu água. Me deitou no sofá e ficou acariciando meu rosto e cabelo.
- Você precisa parar de pensar essas coisas.
- Eu não posso ser mãe. Se eu for, irei pensar isso todos os dias.
- Você gosta de bebês e crianças, você vai se sair bem, maninha.
- E se eu for uma péssima mãe e falar besteira?
- Aí eu vou chegar sendo a melhor madrinha do mundo, cuidarei do meu afilhado e jogarei a mãe burra dele da janela. - Ela sorriu e eu ri. - Luísa te ama, vocês precisam pensar em um futuro, e se ela quer ser mãe, pense com carinho, conversem MUITO.
- Você me ajuda com a maternidade?
- Sim, mas primeiro vou ajudar com o casamento.
- Não estamos nem noivas ainda.
- E você preocupada com filhos que só vai vir daqui a anos. Me poupe, Ana.
- A Luísa não sabe que eu tenho crise de ansiedade. Na verdade faz muito tempo que eu não tenho, desde quando a conheci que não tenho.
- Isso é ótimo! Admita isso para ela, vai ser ótimo começar a se abrir e contar um pouco mais do passado, ela vai te entender em várias coisas.
- Estou tentando arranjar uma bolsa de mestrado pra ela na universidade.
- Ajudando com marmelada?
- Não, mas vendo se vai abrir seleção de mestrado no meio do ano, após a formatura dela.
- Ah, sim. Não faça nada de marmelada, Luísa ficaria chateada com essas coisas.
- Eu sei, ela recusaria a bolsa.
- Exatamente. Mais alguma coisa pra contar a sua psicologa aqui?
- Ah, quero saber quando vai contar do seu namoro com a Cecí para a mamãe.
- No dia que eu morrer, mamãe vai estar na justiça recebendo metade da herança, pois a metade é da minha esposa Cecília, aí ela descobre.
- Que horror! - Raquel riu. - Eu não vou receber nada? Vai se foder!
- Claro que vai... Vou deixar meus sapatos pra você.
- Ah, vai se foder de vez, Raquel. - Dei um tapa em seu braço.
- Não sei como contar, Ana, a mamãe iria enlouquecer de vez.
- Cecília não vai aguentar esconder por muito tempo da família.
- Acho que conhecendo a sogra que tem, ela vai querer esconder mais.
- A mãe dela apoia?
- São super de boas, já conheço e chamo de sogrinha internamente, mas por fora super educada, a nora dos sonhos.
- E mamãe com aquele pensamento homofóbico.
- Admiro você, sabia? Mamãe fala tanta merda e você não escuta, quero ser que nem você quando sair do armário.
- Basta dizer, mamãe não paga suas contas, você mora sozinha numa cobertura...
- Vamos com calma, OK?
***
Luísa:
Quando cheguei na casa de minha mãe, ela estava cozinhando alguma coisa com duas amigas. Beijei seu rosto e cumprimentei suas colegas.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.