3

21K 1.1K 760
                                    


Ana:

Levantei rapidamente e segui Luísa. Ela subiu até o segundo andar do bloco, entrou no banheiro e acendeu as luzes. Consegui me guiar com a lanterna do celular, já que o bloco estava completamente escuro.

- Luísa? - Chamei quando entrei. Ela estava vomitando na pia. - Aqui não!

Levei-a até ao aparelho sanitário e me ajoelhei ao seu lado. Prendi seu cabelo com uma liga do meu pulso e segurei o rabo de cavalo. Vomitou tudo o que tinha bebido, já que parecia ter comida nada.

- Você comeu alguma coisa? - Ela negou com cara de nojo. - Está melhor?

- Preciso vomitar mais. - Ela enfiou a cabeça dentro da privada, mas puxei um pouco. Vomitou mais e começou a chorar.

Dei descarga, sentei-a sobre um outro aparelho sanitário de outro box e tentei acalmar seu choro sem motivo.

- Porque chora, menina?

- Você está me vendo bêbada! - Voltou a chorar e soluçar. Não contive a risada.

- Fique calma, está tudo bem!

Mandei mensagem para o Fernando.

"Ela não está bem, preciso de água e comida. Cadê Cecília?"

"Está comigo. Está perguntando por Luísa, não estou conseguindo enrolar."

"Leva ela para casa, cuidarei da Luísa."

"Ana! Não vá fazer merda! Venha com Luísa para cá."

Ele me ligou, mas recusei e mandei a última mensagem:

"Mande alguém trazer comida e leve Cecília para casa."

"Você me deve uma médica linda querendo transar."

Lavei o rosto de Luísa, retirei sua maquiagem e logo um garçom chamou na porta do banheiro. Agradeci o prato de salgados e camarões que ele trouxe, com uma jarra de água. Sentei na sua frente, tirei meus sapatos, os dela e peguei o prato.

- Abra a boca e pare de chorar de uma vez.

Dei garfada por garfada em sua boca. Agora ela estava menos reclamona, mas o efeito do álcool ainda era bem visível. Comeu quase tudo e eu terminei o que sobrou, já que não se joga fora coxinhas e camarão ao bafo. Dei água, calcei meus sapatos, segurei os dela na mão e lhe levantei.

- Vamos embora.

- Quero voltar pra festa. - Ela se aproximou do meu ouvido, e mesmo com o que ela falou tenha sido inútil, me arrepiei. - É open bar!

- E daí? Você vai pra casa comigo!

- Humm... Você quer transar comigo? - Saímos do banheiro e segurei seu braço para que não caísse. Liguei a lanterna, mas não iria ajudar muito. - Ou foder? Podemos foder nessa sala, Ana!

Ela estava falando bem alto e rindo mais alto ainda. Apontava para as salas dos corredores que estavam fechadas pedindo para irmos lá. Mudei o caminho e demos a maior volta até chegar no estacionamento. Eu só havia bebido uma cerveja e conseguiria guiar o carro numa boa, só precisaria passar longe de bafômetro.

Sentei-a no banco do passageiro e coloquei o cinto.

- Caralho, seu carro é espaçoso, né?! - Ela ria sem motivo e eu já estava impaciente.

Entrei no carro, liguei a chave na ignição e travei as portas. Dirigi o mais rápido possível até em casa, que não era tão longe. Luísa ligou o som do carro no último volume, baixei, mas ela aumentou novamente em uma música internacional e ainda cantava mais alto que o próprio cantor.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora