Luísa:Cheguei em casa e por sorte, minha família tinha saído pra algum canto. Entrei no quarto e troquei de roupa. Vesti um pijama e dormi o resto do dia. Estava cansada e só desejava dormir até o dia seguinte.
Infelizmente, acordei de noite com muita fome. Tomei um banho rápido, peguei algumas frutas e jantei. Voltei para o quarto e liguei o celular que estava desligado por algum motivo.
Havia dez chamadas de Cecília, duzentas mensagens no grupo das meninas e uma mensagem de Ana. A única que visualizei foi de Ana.
"Cecília passou o dia na casa de Fernando. Tem certeza que foi pra casa dela? rs."
Respirei fundo e lembrei do nosso beijo. Eu sempre gostei e quis ter algo com Ana, mas Cecília está sendo legal comigo, mesmo que eu não tenha essa paixão com ela. Não queria e nem poderia magoá-la.
Como não consigo ficar calada, mandei:
"Primeiro, nem sei como conseguiu meu número. E segundo, eu estava na casa de uma outra mulher. Não existe só Cecília na minha vida."
Ela visualizou no mesmo instante e eu saí do Whatsapp. Liguei para Cecília, conversamos sobre a festa e sobre o pós. Ela realmente dormiu na casa de Fernando e foi para casa à noite. Falei que passei o domingo dormindo, mas queria vê-la em breve.
Quando desliguei, Ana havia apenas visualizado e isso me irritou. Coloquei o aparelho para pegar mais carga e dormi até o dia seguinte.
***
- Você está pegando a Cecília?! - Layssa gritou aos quatro ventos da faculdade.
- Cala a boca! - Falei vermelha.
- Ela beija bem?! - Assenti. - Vocês já transaram?
- Ainda não, vamos com calma. Só que aconteceu algo no domingo que... Ana e eu nos beijamos na casa dela.
- Como?!
Expliquei tudo o que aconteceu nas duas últimas semanas e as meninas entraram em um surto de felicidade. Fiquei apenas rindo e respondendo as perguntas. Pedi segredo e logo fomos para a aula.
Tive que passar o dia na terça-feira. Não deu para ver Cecília, mas Ana estava lá o dia inteiro. No horário do almoço, estava indo ao refeitório quando o carro de Ana parou.
- Ei, estou indo almoçar em casa. Vamos?
- Não, muito obrigada.
- Preciso devolver seu vestido.
- Traga mais tarde. - Respondi e ela bateu a mão no volante.
- Deixe de ser teimosa. Entre no carro antes que eu lhe pegue no colo.
- Duvido!
Ana abriu a porta do carro e eu logo corri para entrar, antes que todos vissem minha calcinha, pois eu estava de vestido curto. Ela levantou os vidros, trancou as portas e aumentou o volume do som em uma música de MPB.
- Gosta?!
- Estou com fome, apenas me alimente. - Ela riu e seguimos em silêncio.
Chegamos em sua casa e uma empregada já estava ajeitando a mesa.
- Boa tarde, dona Ana. Posso servir?
- Daqui a pouco eu digo, preciso conversar com essa moça.
- Oi, boa tarde. - Falei apertando a mão da senhora.
- Me acompanhe.
Ana andou para o corredor e eu lhe acompanhei. Entramos em uma porta e era seu escritório. Ela fechou a porta atrás de mim e passou a chave. Havia vários livros do curso de direito, algumas pastas com papéis, porta-retratos com duas mulheres ao seu lado, provavelmente a sua família, e na mesa um notebook, tablet e mais papéis.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.