XIV

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Ana:

Quando abri os olhos, o homem estava com os pés sangrando e de joelhos, enquanto Luísa apontava uma arma para ele.

- Quero documento, me mostre! - Ela falou quebrando o silêncio.

- Não tenho, não! - Ele ergueu as mãos e colocou atrás da cabeça. - Me chamo Junior.

Luísa pegou o celular e digitou algo rápido, dividindo a atenção quanto para o aparelho e para o homem de joelhos.

Meu coração estava tão acelerado que pensei que iria morrer ali mesmo. Verifiquei se não havia sangue em Ana, mas ela estava limpa, apenas apontando a arma. Ela notou que eu estava assustada e se aproximou, sem parar de apontar a arma.

- Você está bem? Fique calma e ao meu lado. - Eu apenas assenti e me aproximei dela, ficando atrás.

Eu morria de medo de armas, ela sempre soube. Ela a colocava no cofre por causa das crianças e por mim, pois eu tinha agonia de ficar encarando aquele negócio dentro do quarto.

O homem respondeu algumas perguntas de Ana, que eu nem prestei atenção, estava tentando me acalmar e desacelerar meu coração. Duas viaturas chegaram de repente e notei alguns curiosos de prédios e até mesmo pessoas andando se aproximarem.

Os policiais desceram, cumprimentaram Luísa e depois a mim. Luísa estava conversando com os policiais e aproveitei para me encostar em uma das viaturas já que tinha uns 8 policiais. Luísa veio até mim e segurou minha mão.

- Vamos ter que ir na delegacia?

- Não, eles vão leva-lo e relatar o que aconteceu, mesmo que precisem de testemunhas. - A encarei e ela sorriu de lado. - Está resolvido, Luísa, não se preocupe.

- Estou com a garganta seca.

- Vamos ao posto.

Ela segurou minha mão e saímos em direção ao posto de gasolina. Entramos na loja de conveniência e sentei em um banco alto, que estava próximo a uma mesa pequena e também bem alta. Luísa ajeitou a arma na cintura por debaixo da blusa e pediu para que uma balconista preparasse um sanduíche de 30 centímetros, dividido ao meio. Foi até uma geladeira e pegou duas garrafinhas de água.

- Daqui a pouco nosso sanduíche fica pronto. - Ela sentou ao meu lado e abriu uma das águas, deu um gole e me ofereceu.

- Obrigada. - Dei um gole.

- Aquele homem já tem ficha criminal, ele vai ficar um tempo com a polícia, não se preocupe. Me desculpe pelo que ele fez com você.

- Fiquei com medo quando escutei o tiro. - Falei com a voz embargada.

- Eu consegui baixar sua mão quando veio para cima de mim, ele atirou no próprio pé e eu consegui desarma-lo. Joguei sua arma de lado e peguei a minha.

- Pensei o pior... - Falei baixo e ela aproximou seu banco do meu, me abraçando e apoiando a cabeça em meu ombro.

- Você não vai me perder por conta do trabalho, eu prometo. - Ela deu um sorriso.

A garçonete colocou o sanduíche sobre a mesa e se retirou. Nós comemos assistindo a um filme de ação que passava na TV da loja de conveniência. Uma viatura da polícia apareceu no posto e estacionou em frente a loja, Luísa já tinha terminado seu sanduíche, ela lançou um olhar para um dos policiais que já estava fora do veículo.

- Eu já volto, fique aqui.

Ela levantou e saiu. Conversou por uns cinco minutos e depois se despediu. Aproveitei para pagar a conta e chamar o Uber.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora