Ana:Quando abri os olhos, o homem estava com os pés sangrando e de joelhos, enquanto Luísa apontava uma arma para ele.
- Quero documento, me mostre! - Ela falou quebrando o silêncio.
- Não tenho, não! - Ele ergueu as mãos e colocou atrás da cabeça. - Me chamo Junior.
Luísa pegou o celular e digitou algo rápido, dividindo a atenção quanto para o aparelho e para o homem de joelhos.
Meu coração estava tão acelerado que pensei que iria morrer ali mesmo. Verifiquei se não havia sangue em Ana, mas ela estava limpa, apenas apontando a arma. Ela notou que eu estava assustada e se aproximou, sem parar de apontar a arma.
- Você está bem? Fique calma e ao meu lado. - Eu apenas assenti e me aproximei dela, ficando atrás.
Eu morria de medo de armas, ela sempre soube. Ela a colocava no cofre por causa das crianças e por mim, pois eu tinha agonia de ficar encarando aquele negócio dentro do quarto.
O homem respondeu algumas perguntas de Ana, que eu nem prestei atenção, estava tentando me acalmar e desacelerar meu coração. Duas viaturas chegaram de repente e notei alguns curiosos de prédios e até mesmo pessoas andando se aproximarem.
Os policiais desceram, cumprimentaram Luísa e depois a mim. Luísa estava conversando com os policiais e aproveitei para me encostar em uma das viaturas já que tinha uns 8 policiais. Luísa veio até mim e segurou minha mão.
- Vamos ter que ir na delegacia?
- Não, eles vão leva-lo e relatar o que aconteceu, mesmo que precisem de testemunhas. - A encarei e ela sorriu de lado. - Está resolvido, Luísa, não se preocupe.
- Estou com a garganta seca.
- Vamos ao posto.
Ela segurou minha mão e saímos em direção ao posto de gasolina. Entramos na loja de conveniência e sentei em um banco alto, que estava próximo a uma mesa pequena e também bem alta. Luísa ajeitou a arma na cintura por debaixo da blusa e pediu para que uma balconista preparasse um sanduíche de 30 centímetros, dividido ao meio. Foi até uma geladeira e pegou duas garrafinhas de água.
- Daqui a pouco nosso sanduíche fica pronto. - Ela sentou ao meu lado e abriu uma das águas, deu um gole e me ofereceu.
- Obrigada. - Dei um gole.
- Aquele homem já tem ficha criminal, ele vai ficar um tempo com a polícia, não se preocupe. Me desculpe pelo que ele fez com você.
- Fiquei com medo quando escutei o tiro. - Falei com a voz embargada.
- Eu consegui baixar sua mão quando veio para cima de mim, ele atirou no próprio pé e eu consegui desarma-lo. Joguei sua arma de lado e peguei a minha.
- Pensei o pior... - Falei baixo e ela aproximou seu banco do meu, me abraçando e apoiando a cabeça em meu ombro.
- Você não vai me perder por conta do trabalho, eu prometo. - Ela deu um sorriso.
A garçonete colocou o sanduíche sobre a mesa e se retirou. Nós comemos assistindo a um filme de ação que passava na TV da loja de conveniência. Uma viatura da polícia apareceu no posto e estacionou em frente a loja, Luísa já tinha terminado seu sanduíche, ela lançou um olhar para um dos policiais que já estava fora do veículo.
- Eu já volto, fique aqui.
Ela levantou e saiu. Conversou por uns cinco minutos e depois se despediu. Aproveitei para pagar a conta e chamar o Uber.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.