XXIV

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Luísa:

- Vou buscar água pra você. - Maya levantou e logo voltou com uma garrafinha de água lacrada. - Pra você não achar que coloquei veneno.

- Você é doente, Maya.

Abri a garrafa e dei um gole. Mesmo se tivesse com algo pra mim, eu estava com a boca seca e com a voz meio rouca com toda aquela situação.

- Vou te dar alguns minutos para pensar.

- Não tem no que pensar, Maya. Eu não vou me separar da Ana pra ficar com você, isso não tem lógica e vai ficar na cara que é armação sua, que você tem algo a ver com o sequestro. Você vai se foder de uma maneira ou de outra.

- Espero que eu me foda com você. - Ela deu um sorriso safado e eu revirei os olhos.

- Puta merda, não sei o que Ana viu em você.

Coloquei a água na mesa de centro e levantei, andando de um lado para o outro.

- Bem, estou cansada e preciso dormir um pouco. Você pode pensar na proposta, mas por favor, me dê a resposta ainda hoje, pois preciso prosseguir com meus planos.

Continuei calada e ela apontou para a porta.

- Já sabe onde me encontrar, quando tiver a resposta venha me ver.

Coloquei a arma de volta na cintura e saí do sei apartamento. Meu choro estava preso na garganta, mas consegui segurar até sair do condomínio. Estava próximo da praia, então caminhei até a orla e deixei o choro sair.

Chorei por quase uma hora deitada na areia. O Sol nasceu ali na minha frente, algumas pessoas caminhavam ou corriam no calçadão, enquanto eu parecia uma bêbada deitada na areia quase às 6 da manhã.

***

Ana:

As crianças acordaram uma hora depois que eu tinha colocado pra dormir novamente. Gustavo veio até a sala e sentou em meu colo.

- Estou com fome. - Reclamou agarrada a mim.

- Vou preparar um café delicioso, OK?

Depois que fiz o café da manhã para eles, procurei a chave do carro e encontrei.

- Meninos, coloquem o chinelo, nós vamos visitar o tio Fernando.

- Oba! - Eles gritaram.

- Até que fim sair daqui. - Gael levantou os braços.

Descemos até a garagem e os coloquei nas cadeirinhas. Dirigi com calma até o apartamento de Fernando. Me identifiquei para o porteiro que rapidamente permitiu minha entrada.

- O que estão fazendo aqui? - Fernando arregalou os olhos quando o elevador abriu.

- Passeando. - Guilherme respondeu.

- Ah, é claro. - Ele riu nervoso e agarrou Gustavo. - Entrem logo.

Os meninos correram para o quarto de Fernando, pois lá tinha uma cama grande e um vídeo game.

- Me explica o que está rolando.

- Luísa sumiu de madrugada e não voltou. Levou meu celular e eu estou incomunicável.

- E pra onde ela foi?

- Ela disse que queria resolver essas coisas de uma vez, mas eu pedi que não fosse, para a polícia fazer o próprio trabalho, mas você sabe como ela é teimosa. Aposto que está no meio do mundo atrás da Maya ou de qualquer outro que ela ache culpado.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora