IX

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Ana:

Mandei uma mensagem para Raquel avisando que estava indo até sua casa. Ela apenas respondeu "OK" e logo cheguei.

- Cecí acabou de chegar, está no banho. - Ela disse enquanto me abraçava. - Aconteceu algo no trabalho?

- Sim, eu vi Luísa e a aluna conversando e de mãos dadas na sala dos professores! Você acredita? - Joguei meu celular no sofá e fiquei andando de um lado para o outro. - É um absurdo! Nem a gente ficava de mãos dadas e agora ela fica assim?!

- Ela está seguindo a vida dela, Ana. Você fez sua escolha e ela está fazendo a dela.

- Com uma aluna?!

- Qual o problema? Quando vocês se conheceram ela era aluna e você professora. - Raquel balançou os ombros.

- Está do lado dela?

- Não, estou apenas vendo que você está se mordendo de ciúmes. - Ela riu e eu quis mata-la. - Lide com os fatos.

Cecília desceu as escadas com um pijama curto e toalha enrolada na cabeça.

- Oi, Ana.

- Ela está sentindo ciúmes da Luísa com a aluna, isso está divertido. - Raquel respondeu batendo a mão no sofá. - Senta e observa.

- Muito engraçado.

- Luísa sentiu ciúmes aquele dia que você levou Maya em casa, mas também sentiu raiva por causa de toda aquela situação. - Cecí falou.

- Quer dizer que é bom eu sentir isso?

- De certa forma sim. Você foi muito rápido atrás de outra pessoa, e logo da Maya. A Lu sentiu e quando começou a curtir, levou um tapa seu mais forte que o primeiro, alguém dentro de casa.

- A gente já discutiu sobre isso.

- Vocês discutiram, nós duas não. - Raquel continuou e revirei os olhos. - Você pode até ser minha irmã mais velha, mas faz cada merda...

- Raquel! - Pigarreei.

- Posso não ter o mesmo sangue e o poder de falar isso, mas eu concordo. Você e Maya transaram? - Cecí disse.

- Não, ficamos algumas vezes.

- E com aquela outra, acho que Patrícia. Transou?

- Não beijei Patrícia, é apenas amizade.

- Um dos meninos falou sobre um beijo que você deu nela no dia do cinema.

- Beijei o rosto, eu juro. - Sentei no outro sofá de frente para elas. - O que eu faço?

- Vai pra casa, fique com seus filhos e pense no que vai fazer.

- Pedi conselhos, Raquel.

- Não adianta dar conselhos. Vocês duas estão com esse negócio de raiva, de tempo e de outra pessoa na vida.

- Verdade, conversar nem vai adiantar, vai apenas aumentar as brigas.

Fiquei calada, tirei os sapatos e me deitei.

- Está com fome? - Neguei. - Quer dormir aqui? - Neguei.

- O que você quer? - Cecí perguntou em seguida.

- A Luísa. - Falei baixinho e comecei a chorar.

As duas vieram para o meu lado enquanto eu colocava tudo para fora com lágrimas. Chorei tanto que adormeci.

***

Acordei com um barulho estranho, quando abri os olhos notei que estava na sala de Cecí e Raquel. Percebi que o barulho era na cozinha e que o Sol estava bem forte, seus raios atravessavam as cortinas da sala.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora