XXV

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Luísa:

- Divórcio? Você está ficando louca? - Ana perguntou aumentando o tom de voz.

- Fale baixo, aqui tem vizinhos.

- Estou me fodendo para esses vizinhos! Do que você está falando?

- De divórcio, pegar um papel e assinar.

- A troco de quem?

- Eu quero te proteger.

- Proteger de quem?

- De ninguém, é que esse lance de sequestro é algo sério.

- Eu sei, e você é delegada e no lugar de ficar quieta com a bunda sentada no sofá e dentro de um apartamento, você decide dar uma volta na cidade e pedir divórcio quando volta.

- Não tem ninguém nesse meio.

- É claro que tem! Você foi dormir agarrada comigo e dizendo que me amava, aí acorda pedindo divórcio?! Luísa, olha minha idade e a sua, eu sou mais velha, eu sei quando você está ocultando algo, mentindo pra mim, não adianta negar que não tem ninguém por trás.

- Ana, por favor, entenda que vai ser melhor.

- Você foi atrás da Maya, né? Por isso levou meu celular, pois sabia que tinha o número daquele demônio nele. O que ela te disse?

- Ana...

Ela ficou me encarando e sentou ao meu lado.

- Eu não vou te deixar, não vamos divorciar merda nenhuma, nós vamos sair disso tudo sem precisar de chantagem.

Fiquei calada encarando a parede. Ana ficou me olhando e quando senti suas mãos me puxando e me abraçando, desabei em lágrimas.

- Eu não quero te machucar... - Falei no meio do choro.

- Shiii... Não precisa falar nada. Vem pro quarto.

- Não posso, preciso resolver isso.

- Não precisa resolver nada. - Ela beijou meu rosto e o segurou em frente ao dela. - Por favor, não faça essa burrada de nos divorciar.

- Estou com medo deles te pegarem ou pegarem as crianças, eu nem sei do que sou capaz de fazer se algo acontecer com vocês!

- Vai acontecer nada com a gente...

- O que você faria no meu lugar?

Ana ficou calada, ficamos nos olhando por um longo tempo e ela me puxou, me dando um selinho.

- Se você for adiante desse divórcio, saiba que vai ser pra valer. Não vai ter volta.

Ela levantou e seguiu para o quarto.

***

Ana:

Recebi uma mensagem de Nero pedindo que fosse até a Delegacia depor sobre algumas coisas do sequestro. Tomei um remédio para dor de cabeça, troquei de roupa e fui no carro até a delegacia. Luísa não estava mais no apartamento e eu não queria saber onde ela estava.

Dr. Nero me atendeu vinte minutos depois e pediu que eu sentasse em frente a sua mesa. Fiz o que pediu e respirei fundo.

- Bem, encontramos Luísa. - Arregalei os olhos. - Ela veio aqui e contou sobre algumas coisas da qual eu estava sabendo, Diane me repassou há alguns, mas muita coisa foi ocultada por ela.

- E o que eu preciso falar?

- Estou sabendo que estava com Luísa em um apartamento e os filhos, receosos do que poderia acontecer. Não vou enfiar isso em um inquérito, pode piorar o lado de vocês, mas o motivo de eu lhe chamar foi por conta de uma informação que Luísa me disse quando veio aqui mais cedo.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora