24

9.4K 520 100
                                    


Ana:

Após a sobremesa, pedi licença e fui ao banheiro. Cinco minutos depois, quando estava retornando para minha mesa, vi que Luísa acenou para uma mulher baixa e de cabelo castanho escuro. A mulher sentou com mais duas outras e Luísa ficou fitando a vista.

- Pediu a conta?! - Perguntei assim que sentei.

- Sim, ele deve estar trazendo, ou podemos pagar logo no caixa que é mais rápido.

Levantamos e seguimos em direção ao caixa de mãos dadas. Dividimos a conta e antes que eu conseguisse guardar o cartão na carteira, a morena retornou para falar com Luísa.

- Oi, Luísa! Quanto tempo! - Elas se abraçaram e eu enfiei o cartão de qualquer jeito na carteira.

- Sim, Rafa! Você continua na Polícia Federal? - A morena assentiu com um sorriso enorme para a MINHA namorada.

- Oi, sou Ana, esposa de Luísa. - Falei tomando afrente.

- Oi, prazer... - A morena diminuiu o sorriso, mas voltou a falar com Luísa. - A gente deveria marcar alguma coisa com a galera, o que acha?

- Vamos marcar sim, estamos devendo desde o seu aniversário.

- Eu sei! - Ela olhou para a mesa que estava e riu. - Minhas amigas estão me chamando, mas foi ótimo te rever! Você tem meu Instagram, me chama pelo Direct que a gente marca algo.

- Pode deixar, Rafa.

A morena baixa saiu e eu segurei sua mão, voltando a andar para a saída.

- Amor, está machucando... - Ela sussurrou.

- É, eu sei.

O manobrista parou o carro e entramos. Segurei sua mão e beijei, sorrindo.

- Você é bipolar. - Ela falou.

- Você que reclama da Paula e depois fica de conversinha com a Rafa. - Falei o nome da mulher com voz irônica e ela riu. Dei um tapa em sua perna. - Não é pra rir!

- Adoro te ver com ciúmes...

- E quando é você com ciúmes, falta dar na minha cara. - Revirei os olhos e parei o carro no semáforo.

- Ei, você revirou os olhos para mim? - Luísa me encarou de boca aberta e olhos brilhando. - Ninguém revira os olhos para mim no dia de comemoração!

- E o que vai fazer? - Perguntei voltando a dirigir.

- Quando chegarmos em casa, você verá.

Em dez minutos, estacionei na garagem e chamei o elevador. Quando entramos, Luísa me empurrou contra o espelho e segurou minha cintura com uma mão e a outra meu queixo.

- Acabei de me lembrar que você falou que sou sua esposa para ela...

- Foi, só pra assustar e ela cair fora de uma vez. - Respondi passando uma mão para a sua cintura.

- Que bom, não quero casar agora.

- Agora não, daqui uns meses sim. - Sorri e ela negou, séria. - E quando?

- Quando eu tiver estabilidade, estiver advogando e trabalhando.

- Vai demorar pra caralho. - Resmunguei.

- E você tem pressa pra enfiar um anel no meu dedo porque? Até lá ficaremos juntas...

- Será? - Falei, segurando o riso.

- Se for pra terminar, me diga que eu vou logo atrás da Rafa...

Segurei a cintura dela com mais força ainda. Quando o elevador abriu, empurrei-a para fora e fui abrir a porta. Ela se aproximou e beijou meu ombro, mas me afastei.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora