Ana:Após a sobremesa, pedi licença e fui ao banheiro. Cinco minutos depois, quando estava retornando para minha mesa, vi que Luísa acenou para uma mulher baixa e de cabelo castanho escuro. A mulher sentou com mais duas outras e Luísa ficou fitando a vista.
- Pediu a conta?! - Perguntei assim que sentei.
- Sim, ele deve estar trazendo, ou podemos pagar logo no caixa que é mais rápido.
Levantamos e seguimos em direção ao caixa de mãos dadas. Dividimos a conta e antes que eu conseguisse guardar o cartão na carteira, a morena retornou para falar com Luísa.
- Oi, Luísa! Quanto tempo! - Elas se abraçaram e eu enfiei o cartão de qualquer jeito na carteira.
- Sim, Rafa! Você continua na Polícia Federal? - A morena assentiu com um sorriso enorme para a MINHA namorada.
- Oi, sou Ana, esposa de Luísa. - Falei tomando afrente.
- Oi, prazer... - A morena diminuiu o sorriso, mas voltou a falar com Luísa. - A gente deveria marcar alguma coisa com a galera, o que acha?
- Vamos marcar sim, estamos devendo desde o seu aniversário.
- Eu sei! - Ela olhou para a mesa que estava e riu. - Minhas amigas estão me chamando, mas foi ótimo te rever! Você tem meu Instagram, me chama pelo Direct que a gente marca algo.
- Pode deixar, Rafa.
A morena baixa saiu e eu segurei sua mão, voltando a andar para a saída.
- Amor, está machucando... - Ela sussurrou.
- É, eu sei.
O manobrista parou o carro e entramos. Segurei sua mão e beijei, sorrindo.
- Você é bipolar. - Ela falou.
- Você que reclama da Paula e depois fica de conversinha com a Rafa. - Falei o nome da mulher com voz irônica e ela riu. Dei um tapa em sua perna. - Não é pra rir!
- Adoro te ver com ciúmes...
- E quando é você com ciúmes, falta dar na minha cara. - Revirei os olhos e parei o carro no semáforo.
- Ei, você revirou os olhos para mim? - Luísa me encarou de boca aberta e olhos brilhando. - Ninguém revira os olhos para mim no dia de comemoração!
- E o que vai fazer? - Perguntei voltando a dirigir.
- Quando chegarmos em casa, você verá.
Em dez minutos, estacionei na garagem e chamei o elevador. Quando entramos, Luísa me empurrou contra o espelho e segurou minha cintura com uma mão e a outra meu queixo.
- Acabei de me lembrar que você falou que sou sua esposa para ela...
- Foi, só pra assustar e ela cair fora de uma vez. - Respondi passando uma mão para a sua cintura.
- Que bom, não quero casar agora.
- Agora não, daqui uns meses sim. - Sorri e ela negou, séria. - E quando?
- Quando eu tiver estabilidade, estiver advogando e trabalhando.
- Vai demorar pra caralho. - Resmunguei.
- E você tem pressa pra enfiar um anel no meu dedo porque? Até lá ficaremos juntas...
- Será? - Falei, segurando o riso.
- Se for pra terminar, me diga que eu vou logo atrás da Rafa...
Segurei a cintura dela com mais força ainda. Quando o elevador abriu, empurrei-a para fora e fui abrir a porta. Ela se aproximou e beijou meu ombro, mas me afastei.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.