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Luísa:

Ana me deixou em casa. O caminho foi inteiro em silêncio, exceto quando eu pedia que entrasse em alguma rua. Ela me deixou e me encarou, provavelmente esperando por algo. Eu apenas agradeci e desci.

Mesmo que doesse, eu não podia continuar naquela relação. Era impossível. Ser amante de uma professora, essa que tem relação com outra aluna. Isso é loucura.

Tomei um banho, vesti um pijama e me joguei na cama. Em alguns segundos comecei a chorar novamente, mas logo peguei no sono.

A segunda-feira foi um porre. Imagine ver Cecília em um lado e Ana do outro em plena quinta-feira. Você sem poder falar com nenhuma. Eu estava perdida em pensamentos e as meninas já haviam notado. Expliquei tudo o que aconteceu e elas ficaram tristes, mas logo começaram a tentar me puxar para festas. Eu não estava no clima, disse que iria, mas provavelmente eu dê um perdido.

***

Ana:

- Amor, consegui reservar uma semana de janeiro pra nós! - Bruna chegou em meu apartamento no domingo de tarde, já que ela passou o final de semana organizando festa para a mãe. - Será do dia 2 ao dia 8.

- Começo do mês?

- Escritório de advocacia no começo do ano fica meio parado, então meu chefe liberou. Vou começar a olhar os hotéis, restaurantes e acerto tudo. Quer me ajudar?

- Preciso montar umas questões para a revisão das provas da próxima semana, mas tudo que você reservar estou de acordo. - Falei e ela assentiu, me dando um selinho.

Passamos a tarde em meu escritório. Enquanto Bruna procurava hotéis e praias do estado, eu montava questões para a última prova dos meus alunos.

Bruna dormiu em minha casa e na segunda foi para o estágio. Tomei um banho, comi o que dona Maria preparou para meu café da manhã e logo segui para o campus. Meu dia estava cheio. Faltavam cinco dias para o último dia de aula, e em seguida apenas as provas, da qual eu não iria precisar corrigir já que eram gabaritadas.

Deixei minhas coisas no tutorial, busquei uns documentos na coordenação e quando retornei, Cecília estava de cara fechada ao meu lado. Suspirei, enchi minha garrafa de água e sentei em minha cadeira.

- Bom dia, Cecília. - Sorri sem mostrar os dentes e ela me ignorou.

A manhã inteira foi tensa. Com o clima pesado na sala, eu estava ficando sufocada. Uma semana sem falar com Luísa, só sabia que ela estava bem por fora, ao menos aparentemente, já que a via sorrindo algumas vezes nos corredores com suas amigas.

Almocei com Fernando no refeitório. Expliquei tudo o que aconteceu, desde o dia da festa até semana passada. Depois que contei toda a história, me senti um pouco aliviada, então consegui voltar a comer.

- Isso ainda vai dar uma merda enorme. - Ele falou enquanto terminava seu suco.

- Não tem como dar merda, já terminamos. - Dei de ombros, mas aquilo me machucava demais. - Certo, eu ainda quero ela, preciso dela ao meu lado, porém pelo visto não será mais possível.

- E você acha que isso não vai dar merda? Tudo bem, vocês podem até não ter nada, mas as fotos que Cecília recebeu pode cair pra Bruna.

- Se não caiu até hoje, não vai mais. Tive medo quando Luísa me contou, mas pelo visto a pessoa nem sabe que namoro a Bruna, não sei.

- Por favor, Ana, tome cuidado. Você sabe que estou aqui para te apoiar, proteger e defender, mas faça sua parte. - Assenti. - Mudando de assunto, o resultado da monitoria saiu?

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora