Luísa:Subi as escadas com Gui no colo e o levei para o quarto com os outros. Tranquei a porta e o coloquei na cama. Sentei no chão e fiquei com ele ali chorando baixinho.
Eu estava com um ódio mortal de Ana.
Escutei algumas batidas na porta e ela tentar abrir algumas vezes.
- Luísa, vamos conversar. - Ela pediu e eu continuei calada.
Ela tentou mais algumas vezes, mas depois desistiu. Peguei um cobertor do Hulk e forrei o chão, peguei uma das pelúcias como travesseiro e um lençol para me enrolar. Me acomodei ali próximo das camas para dormir, mas demorei demais a apagar.
Acordei com o Sol entrando pelas cortinas, pois eu havia esquecido de fecha-las na noite anterior. Levantei, fechei-as e sentei na minha cama improvisada. Bocejei, prendi o cabelo e verifiquei no relógio do Homem-Aranha que ainda eram 06:15h da manhã. Abri a porta devagar, fui para o quarto de hóspedes, escovei os dentes e desci para preparar um café.
Depois que enchi a segunda xícara, fui para o escritório e liguei o computador, tentando me ocupar com algumas coisas, mas a primeira coisa com que me deparei foi com o papel de parede dos nossos filhos na última festa de aniversário, com os três batendo palmas com o bolo gigante na frente, Ana de um lado e eu do outro.
- Merda! - Falei alto e baixei a tela do notebook de uma vez; comecei a chorar mais uma vez.
Era uma mistura de decepção, tristeza, abandono, ódio e vontade de matar.
Claro, ela tinha o direito de sair, beijar e transar com quem quiser, estávamos dando um tempo e ela mesma citou que poderíamos nos envolver com qualquer pessoa durante o período. Ela só não tinha o direito de levar alguém para a nossa casa, o nosso quarto, a nossa cama, na frente dos nossos filhos.
O choro estava cada vez mais intensificado, eu estava cada vez pior. A falta de ar estava presente e o tremor também. Tentei me acalmar, mas estava sendo em vão. Procurei meu celular pela mesa e liguei para Cecília, mas quem atendeu foi Raquel.
- Oi, Lu! Aconteceu algo? - Ela parecia sonolenta e assustada ao mesmo tempo.
- Crise de ansiedade. Me ajuda. - Foi a única coisa que eu consegui falar em meio ao choro.
Fiquei sentada no escritório por cerca de vinte minutos, até quando escutei a porta da sala abrir e ela correr até o escritório, onde deve ter visto a luz acesa. Ela me puxou da cadeira e me abraçou.
- Vem, vamos para a cama.
- Não...
- Vem, ou vou te levar para o hospital.
- Não, Raquel.
- Cadê Ana?
Cecília entrou no escritório segurando as chaves do carro e me abraçou.
- O que houve? Trouxe água. - Ela me deu um copo de água gelada.
- Ela trouxe a Maya.
- COMO?! - Cecí falou quase gritando e Raquel a olhou confusa. - Vou matar a Ana.
- Que? Alguém me explica!
Cecília fechou a porta do escritório, puxou uma cadeira para sentar e me fitou.
- Conte tudo, não adianta mais ocultar isso da Raquel.
- O que está acontecendo?! - Raquel estava nervosa e ficando sem paciência.
Respirei fundo e contei o que estava rolando no casamento. Raquel transformou sua feição de nervosa para puta da vida. Raquel escutava tudo encarando as unhas, mas logo me encarou quando contei o episódio da noite anterior, quando ela levou Maya para nossa casa.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.