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Ana:

Luísa parecia estar chateada por algum motivo, então na quarta-feira verifiquei no sistema qual era a sua aula e vi que iria ter provas do professor João. Quando consegui diminuir o fluxo de alunos para atendimento, fui até a sala que ela estava e notei que tinham poucos alunos. Esperei por uns dez minutos e então ela saiu.

- Vamos almoçar sushi? - Perguntei assim que ela me viu.

- Não quer chamar outra pessoa?

- Eu te falei que Bruna e...

- Não é ela, é sua nova amiga, a Paula. - Ela piscou o olho e saiu andando.

Então lembrei que ela havia me visto andando com Paula e Fernando no estacionamento. Apressei o passo e fiquei ao seu lado.

- Paula é realmente minha amiga, está pensando besteira.

Ela continuou calada. Quando chegamos em frente ao tutorial, ela sentou no banco.

- Vá pegar suas coisas antes que eu desista.

- Só um minuto. - Falei abrindo um sorriso.

Entrei no escritório, peguei minha carteira, o celular, a chave do carro e sai.

- Você e Cecília estão se falando? - Perguntou.

- Sim, desde o começo da semana que estamos nos aproximando. - Destravei o carro e entramos. - Vocês conversaram?

- Domingo nos encontramos. - Liguei o carro e lhe encarei, ela me olhou e sorriu. - Deixei claro que vou querer apenas amizade.

- E ela falou nada? Tipo, sobre mim?

- Apenas falou que queria nossa felicidade. Cecília ficou mais madura, acho que quando nos relacionamos o divórcio estava muito recente e tudo mexia com ela, sabe? Com esse tempo separadas, acredito que ela colocou a cabeça no lugar. Ela mesmo disse que seria melhor ela e eu sermos amigas.

- Estou surpresa com ela. - Comentei enquanto dobrava na rua próxima ao restaurante. - E suas provas?

- Fiz a última hoje. Estou exausta. Porém, tenho dois dias de folga.

- Sortuda. Tenho que aplicar prova amanhã da segunda chamada. Quer vir?

- Não, obrigada. - Ela piscou. - Preciso descansar.

- Vou aceitar seu motivo.

Estacionei e entramos. Escolhemos uma mesa no canto e pedimos o combinado. Ficamos conversando sobre o que tinha acontecido nos últimos dias, até que meu celular tocou.

- Alô? Oi, Paula. - Senti o olhar de Luísa me fuzilando. - Hum, estou almoçando, daqui a pouco eu volto pra universidade e resolvo isso. Ah, estou almoçando sushi. Sim, naquele. Certo, tchau.

Desliguei a ligação e Luísa continuou a comer bem séria. Passei a mão em sua perna e beijei seu pescoço.

- Chamou sua namorada pra cá?

- Sim, aliás, ela está ao meu lado. - Falei e ela riu. - Hum, estou cheia. - Soltei meus hashis.

- Eu também. - Ela comeu o último e riu. - Vai esperar sua amante loira chegar?

- Porque fala tanto dela?

- Paula disse que você conhece as festas gays junto com ela. E antes que você fale que é mentira, tenho testemunhas.

- Eu conheço e indiquei, mas não fui com ela. Lu, desde quando eu vou pra festa se fico os finais de semana contigo ou com a... Você sabe que eu gosto de você.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora