VI

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Luísa:

- Eles dormiram. - Fer avisou enquanto descia as escadas.

- Ótimo, preciso tomar beber até esquecer meu nome.

- E não vai ser aqui. Vá trocar de roupa, nós vamos sair.

- Pra onde? As crianças...

- Não se preocupe, confie em mim. Troque de roupa que eu vou resolver isso.

Ainda com pé atrás, subi as escadas e troquei de roupa. Coloquei um vestido preto no meio das coxas, era soltinho, mas tinha um decote enorme nas costas, calcei uma rasteirinha de pedrinhas brilhantes e desci. Fernando estava mexendo no celular quando assoviei, ele me olhou e abriu um sorrisão.

- Caralho, uma mulher é uma mulher! - Ele levantou e beijou meu rosto. - Quanto a babá, tudo pronto.

- Quem você chamou?

- Eu, claro. - Cecí saiu da cozinha com um pote de sorvete. - Raquel está viajando à trabalho, então eu estava sozinha em casa assistindo séries, agora vim assistir aqui e comer coisas da sua geladeira.

- Não vai ficar chateada de ficar em casa enquanto a gente bebe?

- Não quando for para cuidar dos meus afilhados e pra você sair pra beber pra caralho. Agora vão, precisam se divertir.

- Não voltaremos tarde. - Avisei.

- Voltaremos sim. Faça o café da manhã. - Fernando me puxou pela mão para a porta. - Já chamei o Uber.

- Só volte carregada e com soro na veia, por favor.

- Pelo amor de Deus, não. - Encarei Fernando e ele riu.

Nós descemos no elevador e eu o enchia de perguntas. Queria saber para onde iríamos, mas ele não me falou em momento algum. O Uber dirigiu até um bar/boate alternativo, do qual algumas vezes eu costumava frequentar com eles.

- Hoje vai ter funk e pop. - Ele pagou o Uber e desceu comigo em sua cola. - Já paguei por aplicativo, não precisamos ficar nessa fila gigante.

- Fernando, eu nem trouxe minha arma. - Sussurrei. - Já pensou se tem alguma confusão e...

- Relaxe, hoje você é apenas Luísa, nada de delegada aqui. - Ele me encarou sério. - Vem, precisamos entrar.

Um homem recebeu nossas entradas e pudemos entrar. Estava parcialmente cheio, um DJ tocava pop e havia algumas carinhas bonitas, então tratei logo de me alegrar um pouco.

- Vem, vamos beber, você precisa encher a boca, a buceta e o cu de bebida. - Ele me arrastou até o bar enquanto eu ria.

- Por favor, duas bebidas com vodca. - Pedi ao barman barbado.

- Capricha, hoje nós vamos sair daqui carregados.

- Só espero que não seja pelo SAMU e polícia. - Resmunguei e ele riu.

Pegamos as bebidas e ficamos bebendo até a pista animar ainda mais. Quando começou uma sequência de funk, devolvemos os copos de vidro ao bar e fomos para a pista. Fernando dançava melhor que eu, então muitas vezes eu tinha vergonha de dançar com ele nos locais.

- Tem uma mulher te encarando. - Ele falou em meu ouvido. - Inclusive, acho que já vi.

- Onde? - Tentei me virar, mas ele me puxou.

- Garota, disfarce!

Fui girando e dançando, logo vi quem era e voltei a olha-lo.

- Tá louco? É a Tainah, minha aluna!

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora