Ana:Carlos colocou um salto médio e branco nos meus pés. Não havia me visto no espelho ainda, pois Cecí me pediu para que ficasse de olhos fechados.
- Venha, vou te mostrar no espelho. - Levantei com ajuda de Cecí e me guiaram até o enorme espelho do quarto.
- Ai Meu Deus, devo estar horrorosa! - Falei antes de abrir os olhos.
- Você está linda! - Cecí disse firme.
- Pode abrir os olhos, Ana. - Voz grossa de Carlos ecoou no quarto e meu coração acelere.
Abri os olhos devagar.
Meu vestido era lindo, totalmente branco, levemente rodado e de mangas longas, como se fosse uma espécie de véu fino. O corpete liso e trançado atrás. A presilha do cabelo sustentava um véu fino e longo, que terminava na altura do vestido, não sendo exagerado. Era perfeito e eu estava com lágrima nos olhos.
- Está perfeito. - Falei em um sussurro.
- Meu Deus! Não posso chorar! - Cecí correu para o banheiro, provavelmente enxugar as lágrimas.
- Obrigada, Carlos. Ficou maravilhoso, eu nunca pensei que fosse gostar de vestidos assim, e de véu!
- Um véu fino para que não sentir que está exagerado. Mesmo que seja casamento na praia, ele está perfeito. E nem se preocupe com negócio de areia, caso suje, não terá prejuízo algum. - Ele sorriu.
- Muito obrigada.
Carlos tirou algumas fotos e depois Cecí reapareceu com a maquiagem retocada.
- Segure o choro, deixe isso para depois. - Pedi.
- Vou tentar. Agora vamos, estamos quase se atrasando.
Saímos do salão e entrei no carro mandado pela cerimonialista. Fomos até a praia Dunas, uma praia linda que Luísa e eu costumávamos ir.
- Aguarda um pouco, vou falar com a cerimonialista, pois sou madrinha. - Cecí beijou meu rosto e sorriu. - Você está linda, entre e deixe Luísa de boca aberta.
- Todos ficarão quando me ver no vestido.
- Sim, e vou estar acompanhando tudo.
Cecí mandou mais um beijinho e desceu do carro. Fiquei esperando por uns dez minutos, até quando a cerimonialista veio me chamar.
- Vamos, está tudo pronto. - Ela disse. - Você está linda.
- Obrigada.
Ela me ajudou a sair do carro e me levou até uma parte onde eu deveria entrar. Havia uma espécie de cortina de flores, cor-de-rosa e brancas. Fiquei com uma das funcionárias da cerimonialista ao meu lado enquanto ela se retirou.
- Está nervosa? - Assenti. - Não fique, relaxe, ela também está nervosa, temos que acalmar antes de entrar.
Respirei fundo algumas vezes e ela me olhou.
- Tudo certo.
A mulher sorriu, pegou um rádio-comunicador e informou:
- Agora.
- Pronto. - Alguém respondeu.
- Você vai passar por essa cortina de flores.
Quando eu passei, vi Luísa lá na frente, atravessando outra cortina de flores. Meu coração acelerou e eu não consegui mais me mover depois de vê-la.
***
Luísa:
Meu vestido caiu ótimo em meu corpo de cerveja. O corpete inteiramente de renda e meio transparente, com a saia branca e detalhes de renda, e ainda um véu enorme, bem maior que o vestido, fino e elegante, que prendia no cabelo. Me olhei no espelho mil vezes, mas estava tão nervosa que estava achando o vestido horrível.
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Ela e eu
RomanceLuísa sempre teve um olhar diferente para uma professora de sua faculdade. Quando finalmente consegue lhe ter nas mãos, será mais difícil do que pensava para manter quem sempre quis ao seu lado.