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Luísa:

Comecei a vestir minha roupa da noite anterior e Ana levantou, tentou me puxar pelo braço, mas consegui me livrar de seu toque. As lágrimas caiam sobre meu rosto, meu coração apertado doía muito.

- Vamos conversar, por favor.

- Converse com a sua esposa, ela está chegando.

- Ela não é minha esposa.

- Claro que é! Olha essa aliança!

- Não vá embora assim, você está nervosa!

- Não me toque. - Falei me afastando antes que ela me puxasse. - E me esqueça.

Fechei a bolsa da mochila e calcei as sapatilhas.

- Eu sempre falei que era sexo, Luísa.

- E eu deveria ter caído fora! Mas eu sou idiota, uma verdadeira otária! Não se preocupe, agora estou realmente fora de tudo isso.

- Mas eu gosto de você! - Ela disse.

- Gosta? Não parece. Não te preocupas, eu vou sumir e seu sentimento também vai sumir.

- Não fale isso.

Minhas lágrimas estavam descontroladas. Sentia meu corpo tremer e a vontade de gritar era enorme. Ana se aproximou e eu me afastei mais uma vez.

- Pensei que íamos ter algo sério, mas me enganei.

- Temos algo, Luísa.

- Temos sexo. Só isso. Eu imaginei que depois de um tempo teríamos algo sério, um namoro, não sei. Só que agora eu sei que fui usada como sexo fácil, para te satisfazer quando sua namorada não estava afim.

- Luísa, deixe...

- Não se preocupe mais comigo. Só espero que vocês fiquem juntas, e que ela te ame da mesma forma que eu amo.

Sai andando para a porta da sala e ela me seguiu enrolada na toalha que devia estar no chão do quarto.

- Vo-você me ama?

- Amo sim, amo pra caralho, mas o que importa? Você prefere aquela garota sonsa. - Abri a porta e fechei com força.

Desci pela escada de emergência e peguei o primeiro táxi que passou na porta de seu prédio. Ela me mandou uma mensagem:

"Você esqueceu o carregador, irei deixar na sua casa pra gente poder conversar."

"Enfie ele no seu cu."

Bloqueei seu contato e joguei o celular na mochila, ainda limpando as lágrimas enquanto o motorista me encarava pelo retrovisor.

***

- Não acredito que ela está noiva! - Bia falou enquanto deitava numa espreguiçadeira para tomar Sol. - Caralho, que mulher, hein?

- Eu largaria. - Layssa ergueu os braços.

- Eu fiz isso. Não quero mais saber dela.

- E a monitoria? - Agora foi Paloma quem perguntou.

- Vou pedir pra trocar o professor, ou então caio fora.

- Ué, tu sempre quis, não faça isso. Ou troque professor ou finja apenas relação de professor e monitor. - Paloma sugeriu.

- Vou pensar, da mesma forma que pensarei no que Cecília me falou, mas vou manter amizade com ela. Não acho justo embarcar em um relacionamento ou rolo que vá machuca-la, pois infelizmente eu amo aquele caralho da Ana.

Ela e euOnde histórias criam vida. Descubra agora