Noite 1 - Está me esperando.

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P.O.VPietra Mendes

PIETRA
MINHA FILHA EU VOU INDO... TE ESPERO.

A dor é tão grande que me esqueço o sentido destas palavras escrita neste papel inútil, Pedro mentiu para me, quebrou a Promessa, a maldita promessa que ele fez questão de explicar que não se podia mentir ou omitir... E o que ele fez? Mentiu pra mim, sou uma tola por ter acreditado.

Deixo as lágrimas caírem sem vergonha, meu peito doe, meus pulmões são incapazes de puxar o ar com precisão, a decepção é a maior das dores que já sentir, quando minha mãe sí foi o vazio que ficou doeu, mas essa dor agora que erradia em meu peito é agonizante, desesperador não consigo ficar sentada ou em pé, todos os lugares me fazem querer nunca ter nascido, fico um pouco na rua, espero meu rosto secar para voltar para onde vivo atualmente, não sei se quero chamar de casa/lar, chamo um taxi, em poucos minutos ele para na frente da casa rosa com branco, evito olhar para o outro lado da rua para ver se o carro dele está na casa ou não.

- Tudo bem Pietra? - Beto abre o portão para mim.

- Sim, claro. - digo com minha melhor imitação de sorriso.

Deixo Beto para trás, encontro alguns funcionários pelos corredores da casa, na entrada do terceiro andar, paro na frente de um quadro nunca reparei nele antes, é uma foto com duas moças sorridentes, elas estão com uma farda de um colégio da capital, encaro a imagem da minha mãe mais jovem, tão espontânea, tão feliz, como posso ser igual a ela? A semelhança física é incontestável, mas a personalidade é no mínimo questionável, como posso ser igual a ela?

- Já voltou?! - Murilo diz sorridente, seu sorriso some quando me ver chorar, é ridículo me sinto vulnerável.

Passo por ele sem o olhar, Murilo diz algo de consolo, mas não dei atenção, meu mundo poderia ter sido desmoronado se já não estivesse destruído, quando prometi ao Pedro que daria uma chance a vida, coloquei nele todos os meus medos, deixei de lado as coisas que eu sempre acreditei para acreditar nas palavras dele, eu acreditei que conseguiria que seria curada da minha dor, confiei no Pedro para contar minha história, estava ponta, me achava ponta para recomeça, mas agora não sei se quero recomeçar.

Entro no meu quarto enorme, as lágrimas não caiem mais, um sentimento de ódio me invade, não um ódio pelo Pedro, já descobrir que ele não vale tanto assim, um ódio por me mesma de como sou tola, tranco a porta jogo os tênis em qualquer lugar, procuro minha mochila no closet, à levo para o banheiro, dobro as mangas longas do vestido para o antebraço. Essa é a única fuga que tenho da dor emocional.

Vejo meu sangue escorrer pela pia de mármore do banheiro, minha punição por ser tão idiota, por querer sobreviver a dor... Meu destino é certo, afinal como diz a carta, minha mãe está me esperando.

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P.O.VPedro Pontes

Procuro Pietra por todo parque, tenho presa de encontrar-la, depois de olhar em cada canto deste lugar pego o carro estacionado na rua, vou a praia, ela também não estava lá, passo pelo café onde ela morava também não a encontro, procuro ela nas praças, em qualquer lugar, não a vejo.

Paro na casa dos Guerra, Thales e Safira ainda estão me esperando pra voltar para casa, enquando espero eles saírem, procuro o número do Murilo ele atente rápido.

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