Dia 1- Ilógico

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P.O.VPietra Mendes

Vejo Pedro caminhar até mim a passos calmos, não tive ânimo para decifrá seu olhar sob mim, a praça é banhada pela luz calma da manhã, o sol começa a se fazer quente em minha pele exposta, mas não me importo, tudo que se passa em minha mente é que não posso ir embora-pra-sempre agora, e como eu queria ir.

Esse papel dobrado em minhas mãos só me fazem lembrar que a mulher que escreveu queria me dizer alguma coisas, uma coisas importante, nem que seja apenas para ela, e eu em minha fraqueza não lir ainda, e nem sei se quero ler.

- Oi. - Pedro fala com cuidado sentado perto de me posso sentir seu perfume, o calor natural do seu corpo, ele usa short, chinelos, e uma camisa branca com um desenho qualquer, tipico garoto de ferias.

- Oi. - respondo

- Estamos no primeiro dia, - Pedro fala olhando para as pessoas que circulam nas ruas - Começou bem pra você?

- Acho que não muito. - Confesso procurando o olhar dele - Sabe como é... A Sra. Clara... Apareceu na casa do pai dela. - conto como a promessa exige.

- A mãe do Murilo. - ele diz sem jeito - Não a conheço pessoalmente, é uma pessoa bem difícil... Eu acho.

- Eu não sei dizer, não sei muita coisa sobre ela. - respondo sem ânimo.

Vejo Pedro passar a mão no cabelo o desarumando sem jeito.

- É a carta... Da sua... Mãe? - Ele pergunta por fim.

Só aceno que sim.

- Ela tinha 15 anos quando saiu de casa, - conto de forma breve tudo que a Margarida me falou sobre minha mãe, sobre o Sr. Otávio, a empresa dele, a Sra. Carla ter o culpado pelos ocorridos, durante tudo o tempo que levei para falar tudo que sei Pedro me olhava com atenção mesmo sem o encarar sinto o abraço do seu olhar em mim. - Queria saber mais sobre... O que ela sentiu com tudo isso.

- Talvez tenha isso ai. - Pedro fala lembrando da carta em minhas mãos.

- Mas e se...

- Não existe essa coisa do "e se" - Ele me interrompe me fazendo olhar em seus olhos verdes - Nada existe... Se você não fizer existir... É simples Pietra lei e faça existir não pense em nada...

- Eu não consigo - confesso sentindo minha visão ficar turva, pisco varias vezes tentando esconder minha fraqueza - E-eu não sei se posso, se devo.... Pegue - entrego o papel com minha mão tremular a ele, Pedro me olha incrédulo, mas aceita.

- Tem certeza... É algo pessoal dela pra você. - a voz dele sai fraca.

- Eu a tenho a mais de um ano... A levo para tudo lugar, sempre comigo nunca mostrei a ninguém que isso ao menos existe... Eu não posso mais ficar com ela, essa carta... Me ééé.. Leia por mim Pedro... - digo firme sinto minhas lágrimas vacilar as seco para que o garoto ao meu lado não as veja.

- Sua dor... Minha dor. - Pedro fala um requisito da promessa.

Me sinto ansiosa para o ouvir ler as palavras que minha mãe escreveu, vejo Pedro abrir o tipo de envelope, desdobrar o papel bem amassado pelas minhas mãos.

- Pietra  - Pedro começa a ler com calma e cuidado - Minha filha, eu estou indo me perdoe, não seja igual a mim - Pedro dobra novamente o papel da minha mãe e o guarda no seu bolso deixo que fique com ele - É isso.

Seco minhas lágrimas, sinto como se um peso saísse das minhas costas, sorriu para o garoto ao meu lado, mas diferente das outras vezes o sorriso dele é cansado, ele abaixa a cabeça desviando seu olhar de mim. 

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