P.O.V. Pietra Mendes
Anotar pedidos, entregar pedidos são pouco mais das sete horas da manhã e aqui estou eu mais uma vez, não estou reclamando, não tenho esse direito o Sr. Leonardo me paga um salario por esse trabalho na cafeteria e não tenho que pagar moradia já que moro aqui no estabelecimento, não faz um ano completo que eles me acolheram, quando minha mãe morreu Diehvo ficou comigo, era só ele e eu a gente não estava bem, foi quando o Sr. Leonardo me ofereceu esse trabalho, já os conhecia de vista apenas, Diehvo sumia e aparecia de tempos em tempos, tive uma crise de ansiedade e de pânico estava no hospital foi ai que a Sra. Patrícia insistiu que eu visse morar aqui.
Na época estava com medo, apavorada na verdade aceitei sem pensar duas vezes, agora que entrei na vida destas pessoas quando eu sair vou fazer eles sofrem, eu não quero que eles sofram por mim, são pessoas boas, felizes.
- Pietra tudo bem? O que aconteceu ondem? - Letícia pergunta, quando vou ao balcão de vidro pegar um pedido de um homem, ele me falou seu nome mas eu não liguei.
- Uma torta de morango e capuccino médio, por favor, mesa cinco - digo sem ânimo, no "automático" Letícia pega o capuccino atrás do balcão, a mãe dela mesma faz as tortas são uma delicia.
- Você chegou toda molhada... - ela sussurra para mim - Tudo bem?
- Tô bem. - digo com meu melhor sorriso, assim pode ser que ela acredite - Obrigada - recebo o pedido.
Sinto o olhar da Letícia em mim por um tempo, tento não me irritar com isso, o que é fácil eu não me importo com o que ela sabe o com o que ela acha que sabe é todo uma questão de tempo.
A manhã se passa rápido quando vejo já estou na cozinha do Café, encaro meu almoço sem fome é engraçado eu não tenho fome, vejo o Sr. Leonardo entrar na cozinha é um espaço pequeno mas bem confortável.
- Oie?! Sem fome é? - Ele pergunta com um sorriso alegre, Leonardo é alto pele em um tom de chocolate bem mais claro que sua esposa, ele usa o uniforme o mesmo que o meu, uma camisa branca com uma xícara desenhada na frente.
- É que eu comi a pouco - digo essa mentira rápido não quero que ele me leve para ver o psicológico de novo.
- Quando que não vir? - Sr. Leonardo franze o cenho fazendo graça.
- Humm... Eu vim na cozinha quando tinha pouco movimento lá na frente. - minto pra ele.
- Tudo bem então... - Ele diz por fim com desanimo, ele sabe que estou mentindo.
Me sinto mal por ter que mentir o tempo todo pra eles, digo que estou bem sem está, digo que dormir bem tendo virado a noite sem dormir, digo que comi sendo que simplesmente não sentir fome para comer, estou abaixo do meu peso ideal, cubro minhas olheiras roxas das noites em claro com maquiagem, uso blusa com mangas compridas para que ninguém veja meus cortes nos pulsos e antebraços, e assim sigo com muito desprazer isso que um cara de olhos verdes diz ser uma vida boa.
A tarde como costume a sra. Patricia e Letícia vão para a casa delas, não fica muito longe daqui, é uma casa pequena com varanda estive lá poucas vezes, o movimento é constante um funcionário do turno da noite, Demi, chega para ficar no lugar do Sr. Leonardo, Demi é um cara forte usa seu cabelo liso estilo samurai, ele é sério com todo mundo mas é muito engraçado quando quer ser, tem seus 30 anos tem uma filha de 7 anos, Luiza, mas ela mora com os avós paternos, o Demi não gosta muito de falar sobre a mãe da filha dele.
- Demi vou dar uma volta... Pode ser? - Digo, meio que pedindo permissão, o Sr. Leonardo foi pra casa, então ele é meu responsável, são pouco mais das oito da noite.
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Para Não Desistir De Viver.
SpiritualA vida é algo tão insignificante. Há quem diga que para morrer só precisa está vivo. A vida pode ser algo frágil, mas que se bem cuidada pode durar anos a fio. De que forma vale a pena viver, se um dia todos chegaremos ao impasse da morte? Duas vida...