Dia 5 - Familia da casa da frente

227 21 0
                                    


P.O.VPietra Mendes

Como pensei a farsa não durou para sempre, sabia que em um dia ou outro o Sr. Otávio descobriria que não sou sua filha mais velha, somos bem parecidas fisicamente mas nossas personalidades, habilidades são bem diferentes, descobri que minha mãe costumavam dançar, gostava de violino mesmo sem saber tocar, desenhar e amava assistir peças de teatro, não conheço essa pessoa minha mãe deixou tudo isso para trás quando foi embora desta casa.

Ondem o Sr. Otávio entrou em crise, ficou em pânico, não o vir naquele exato momento mas ouvir dos funcionários que ele dizia que estavam tentando enganar ele, que a Clarisse estava morta, que a esposa dele morreu por culpa dele, não sei dizer o que desencadeou esse choque de realidade mas um peso enorme ficou sob o meu coração, não era para ser assim, é culpa minha também eu enganei ele afirmando ser a filha que ele tanto procura, e hoje de manhã quando falei com ele no quarto, o Sr. Otávio pareceria tão frágil e indefeso sou impossível de continuar dizendo que sou minha mãe, eu quero ser uma boa neta para ele, não importa o que ele fez ou o que pensou em fazer com o noivo da minha mãe naquela época, não importa se ele nunca vai me reconhecer como Pietra filha da Clarisse, já que ele pensa que nem é avô ainda, isso não importa.

Observo a chuva ser jogada pelo vento na vidraria da porta da sacada, o vento forte produz som quando balança a porta, a imagem de um senhorzinho com um meio sorriso me chamando de amiga me faz sorrir calada, algo mudou para melhor nele.

Talvez não nele.

Ouço, giro o corpo para olhar para os lados na esperança de saber quem falou, é uma voz grossa, firme, segura do que diz, é uma voz que abraça todo o ambiente do meu quarto, não sei de onde vem.

- O que foi isso? - sussurro incrédula - "Talvez não nele" não mudou nada no Sr. Otávio? - Repito o que ouvir - Não foi nele?! Foi em mim? É isso? Eu estou diferente?

Espero ouvir mas nada vem a mim.

- SENHOR Deus... - começo sem jeito - Eu é.... Eu conseguir olha de um jeito diferente.… Eu estou mudando... Eu gosto desta sensação.

Saio pela casa procurando Murilo, não encontro ele no quarto dele, não sei onde mais ele pode está.

- Fátima. - chamo a atenção da empregada - Viu o Murilo?

- Ele saiu da casa faz um tempo. - Ela responde

- Sabe pra onde? - pergunto curiosa

- Não senhora.

- Não precisa me chamar assim. - digo impaciente.

- Perdão... Pietra. - Fátima responde com vergonha.

Deixo ela para trás no corredor, não conheço meu primo ruivo o suficiente para saber onde vai quando está chateado, mas conheço quem conhece ele.

_______________________
P.O.V. Pedro Pontes

Murilo chorou por um bom tempo, chorar não é sinal de fraqueza e ninguém deve ter vergonha de fazer isso, chorar faz bem para a alma é um jeito de aliviar a tensão, o estresse, não perguntamos nada, Thales fez chá de hortelã para o Murilo, segundo meu irmão nesta situação a cafeína não ajuda muito.

Para Não Desistir De Viver.Onde histórias criam vida. Descubra agora