P.O.V. Pietra MendesFoi em uma noite qualquer, um telefonema da polícia quem atendeu foi meu irmão, estávamos em casa, lembro exatamente o que estava fazendo, naquela época eu iria prestar o vestibular para o curso de gastronomia, uma bolsa gratuita era a minha chace de poder estudar em uma boa faculdade, estudava noite e dia, e em uma noite qualquer, meu chão, paredes, teto veio a baixo, meu mundo si desmoronou.
Fui com meu irmão para o hospital reconhecer o corpo da minha mãe, não sei o que sentir na hora, acho que sentir o nada, ou tudo de uma vez, como a cor branca, a união de todos as outras cores que giram em um catavento, ela estava lá, seu rosto inchado, roxo, sem calor, sem vida.
Diehvo me abraçava no corredor, não sei se ele me segurava para que eu não caísse, ou se apoiava em mim para não cair, meu pai não apareceu no primeiro momento, depois de quase três horas ele chegou no hospital.
- O que aconteceu?! - ele pergunta, o olho incrédula o cheiro de álcool nele é notável. - Me digam?!
- A mãe.. Se jogou de um prédio. - Diehvo diz sem acreditar em suas palavras, ele seca as lágrimas conflituosas.
- Por que ela fez isso? - pergunto em choque.
- Porque foi fraca. - meu pai responde duro.
- Não.. Não.. Foi por isso. - Diehvo emenda me tratando como um criança.
- Não seja um fraco como ela! - meu pai diz alto - Ela foi egoísta, estupida, uma mulherzinha inútil!
Fecho os olhos para não ver, me encolhi junto da parte lisa do hospital, Diehvo não suporta ouvir as palavras do nosso pai, os dois começam a discutir, o primeiro a golpear foi o nosso pai pedindo respeito, ouço a risada do meu irmão, ele está tomado pela dor, raiva e revolta, ele dar um único soco em nosso pai, que cair escorado na parede, o efeito do álcool o deixa lento, ele ainda falar com ódio de todos, mas Diehvo o deixa.
- É um louco. - Diehvo diz com ódio na voz, sem esperar por nada meu pai sair pela porta da frente nos deixando lá.
Não sei quando tempo permanecei no hospital, o corpo da minha mãe foi levado, acabei dormindo escorada no ombro do meu irmão, não sei para onde devia ir.
- Com licença. - Uma senhora se aproxima de nós, acordo com sua voz, com o olhos embasados eu a observo, seus olhos são negros, seu cabelo castanho claro enrolados acima do ombros, magra.
- Quem é você? - Diehvo é o primeiro a falar.
- Eu sou Margarida, trabalho para o sr. Rocha. - Ela diz com um sorriso.
- Quem?! - Pergunto confusa.
- Senhor Rocha, Otávio Rocha. - ela diz mas pela nossa face confusa ela continua - o seu... Avô.
Aquele foi um momento estranho, nunca ouvia falar de avôs, nossa familia sempre foram Afonso Mendes, Clarisse Rocha, Diehvo e eu, sempre usando apenas o sobrenome paterno, claro que quando eu era pequena perguntava pelos pais dos meus pais, as respostas sempre foram as mesmas, eles não existem.
Depois daquele instante, o mundo que eu conhecia se tornou passado, uma lembrança que as vezes pergunto se um dia ele realmente existiu.
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Ainda estou em observação no hospital, aqui não faço nada só olhando para o teto, e tendo a certeza que eu preciso de ajuda.
- Oi? Tudo bem? - Letícia entra no quarto do hospital, a Sra. Patricia depois que obriguei meu irmão ir embora para Lira, ela ficou comigo o resto da noite, não sei dizer como foi, mas não quero mas ver o que provoquei nesta familia.
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Para Não Desistir De Viver.
SpiritualA vida é algo tão insignificante. Há quem diga que para morrer só precisa está vivo. A vida pode ser algo frágil, mas que se bem cuidada pode durar anos a fio. De que forma vale a pena viver, se um dia todos chegaremos ao impasse da morte? Duas vida...