P.O.V. Pietra Mendes
Antes de sair o Sr. Otávio me fez prometer que o iria ver novamente, ele não sabe, ou não lembrar que estou temporariamente morando na mesma casa que ele, Murilo também está convidado como meu amigo da viagem.
- Ele pode melhorar? - Murilo pergunta depois que lhe contei das terapias que a Margarida me contou.
- Eu acho que não... Sabe ficar bom mesmo... - digo sigo Murilo pelo corredor para os quartos do terceiro andar - Mas a convivência dele com as outras pessoas pode melhorar.
- Vocês vão amanhã para Lira? - Ele pergunta.
- Nós vamos. - Concerto.
- Ele nunca falou comigo. - Murilo confessa com as mãos no bolso do short que usa. - Eu o conheço a muito tempo... É meu avô... Mas ele nunca me dirigiu a palavra... Ele não me conhece.
- Isso deve ser chato, - respondo sem ânimo - Mas você conhece ele? O Sr. Otávio?
Murilo me olha curioso e confuso ao mesmo tempo, e nega minha pergunta com a cabeça, não continuo nossa conversa sigo em silencio para o meu quarto.
- Oi filho. - antes que alcancemos nossas portas, que são uma do lado da outra, A sra. Clara sair do quarto do Murilo com um sorriso cínico.
- Mãe?! O que faz no meu quarto? - Murilo diz assustado, não evito sorrir com a situação.
- Nada de mais. - Ela diz me olhando, seu olhar cair na caixinha do colar nas minhas mãos. - E vocês onde estavam?
- Com o vô Otávio. - Murilo diz firme, querendo ser o mais breve possível.
- O que?! A Margarida concordou com isso?! Meu pai não pode... Receber qualquer um. - Seu olhar é quase cruel sob mim, pra que isso?!
- Não é qualquer um mãe. - Murilo diz firme - Somos netos não lembra é? - Ele se mantem ao meu lado.
- Claro Murilo... Mas meu pai não está saudável, e, e... - A mulher se enrola - Essa caixa não lhe pertence... Devolva. - A Sra. Clara enfim ordena.
- Como é? - Falo sem acreditar na postura autoritária dela.
- Você ouviu bem garota, essa caixa não é sua, devolva. - Ela estende a mão para mim.
- A senhora está enganada. - Digo formalmente sem emoção alguma.
- Mãe... Foi o vô Otávio que deu a ela... Deixa caixa com a menina... A senhora tem muitas outras - Murilo diz fazendo pouco caso.
- Não a caixa que interessa Murilo! - Ela se estressa - O colar... O colar... Ele é meu por direito!
- É só um simples colar... - Murilo fala engraçado - Deixa isso pra lá... Eu vou indo pro meu quarto, Pietra entra no seu.. - Murilo abre a porta para mim sob o olhar desnorteado da mãe dele, entro no quarto e tranco a porta mas espero para ouvir - Vamos mãe... O vô falou que era para a Clarisse...
- Clarisse?! Ela não tem nada aqui nesta casa Murilo! - Ouço a Sra. Clara dizer irritada - Eu não quero você de amizade com essa menina tá ouvindo Murilo!
A porta do quarto ao lado bate forte, ainda ouço a mãe dele tentado fazer ele abrir a porta do quarto o que não acontece, por fim acho que a Sra. Clara desistiu e acabou saindo do corredor.
Me sento na cama com a caixinha nas mãos, o colar é delicado tenho medo de quebrar pondo nas mãos, a Sra. Clara não gostou nem um pouco de saber que ele é meu agora, é da minha mãe, acho uma boa forma de encarar meu passado, minha familia, me ligando a ela, ponho o colar no pescoço, o espelho da escrivaninha a minha frente diz que combina comigo.
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Para Não Desistir De Viver.
SpiritualA vida é algo tão insignificante. Há quem diga que para morrer só precisa está vivo. A vida pode ser algo frágil, mas que se bem cuidada pode durar anos a fio. De que forma vale a pena viver, se um dia todos chegaremos ao impasse da morte? Duas vida...