P.O.V. Pietra Mendes
A luz dentro do meu quarto fica forte demais é impossível continuar dormindo, puxo o coberto para enviar olhar para a porta da sacada aberta.
- Recebi um email hoje mesmo Pietra a seu respeito. - A voz da Margarida me desperta de vez. - Da AFEC suponho que você já sabe do que se trata.
Me sento na cama desperta, tento arrumar meu cabelo para parecer menos desesperada, meu plano era falar com Margarida hoje mesmo mas ela não podia ter esperando até depois do café da manhã? Tento descifrar a expressão facial dela, mas a governanta está em sua postura formal da maioria das vezes.
- Ontem te procurei para conversamos com o advogado... Mas você passou o dia fora. - Margarida diz sem emoção
- Eu-u... Desculpe por isso. - digo por fim
- O seu avô teve uma recaída. - Margarida diz de uma vez
- Mas ele estava melhor... O que aconteceu?! Ele tá bem?!... Eu posso ver ele?, meu Deus ele vai ficar bem Margarida?! - disparo sem pensar
- Ele está bem agora. - Ela responde - O reitor da OB, falou que você tem a chave, como conseguiu que o Sr. Otavio lhe entregasse? - Margarida fala curiosa
- Eu... Encontrei ele no quarto da minha mãe, - falo sentindo um peso no meu peito - A gente conversou um pouco.. Ai ele me deu... Ele parecia tão bem... O sr. Otávio tá na casa?
- No quarto dele, - Margarida informa - A Sra. Clara está com ele agora.
- Certo. - digo encarando minha mãos sem jeito.
- Pietra o que vai fazer agora? - Margarida procura meu olhar com cuidado.
- Eu esperava que você me dissesse. - solto uma risada sem jeito, Margarida se aproxima de mim na cama deixo que ela segure minha mão.
- Antes, muito antes da esposa do seu avô falecer, quando eles procuravam sua mãe... A Sra. Clara discutiu com eles, dizendo coisas que não vale a pena dizer para você. - Margarida começa - Mas o Sr. Otávio ficou com medo, preocupado com os investimentos que ele fazia no AFEC, como a Sra. Clara não aprovava, dizia ser uma perca de dinheiro... E como ela seria a única herdeira ele escreveu um documento dizendo que as ações deles seriam da filha mais velha, Clarisse, ou de quem ele desse os símbolos, de quem ele escolhesse dar, e se por ventura tudo desse errado... E ele chegasse a falecer sem passar o que ele escolheu como simbolo para alguem, e Clarisse estivesse morta ou se recusasse a receber os direitos de herdeira, o recuso das ações seriam doada para ONGs e as ações em sí seriam vendidas a outros investidores, e o dinheiro teriam o mesmo destino... De todo modo seu avô não queria que a Sra. Clara ficasse com esse recurso para sí. - Margarida pausa seu monólogo me dando tempo para entender. - Esse documento é efetivado assim que o Sr. Otávio entregasse seus símbolos e a chave da conta para alguém, Pietra seu avô escolheu dar para você. - Margarida me encara nos olhos
- Então... Eu sou a dona de verdade das ações? - pergunto incrédula - O reitor falou que... Eu tenho que assinar uns papéis, Margarida tudo isso é muito novo pra mim... Eu não sei nem o que isso representa de verdade.
- Não se preocupe, eu não esperava que você se tornasse uma empreendedora da noite para o dia. - Ela me sorrir - Mas sim você é dona das ações financeiras... Mas lembrando que você pode recusar, pode vender as ações... Pode doar para ONGs, mas também pode assinar os papeis que passaram elas para o seu nome e continuar a investir no AFEC, como seu avô fez por longos anos.
- Você vai me ajudar? - pergunto receosa
- Eu posso ajudar, mas vamos ter que contratar pessoas para trabalhar para você... Já que você não entende muito sobre esse assunto. - Margarida diz com pressa.
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Para Não Desistir De Viver.
SpiritualA vida é algo tão insignificante. Há quem diga que para morrer só precisa está vivo. A vida pode ser algo frágil, mas que se bem cuidada pode durar anos a fio. De que forma vale a pena viver, se um dia todos chegaremos ao impasse da morte? Duas vida...