Capítulo 12

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Vejo-o passar para trás de mim e respiro fundo. Eu quase beijei o filho do meu patrão, o que seria quebrar mais uma das regras estúpidas, do estúpido contrato. Se é que eu ainda tenho contrato.

Passo os meus dedos, levemente, pelos meus lábios. Onde os seus tocaram.

"Hey, queres beber alguma coisa?" - o seu amigo aparece atrás de mim e coloco logo a minha mão sobre a minha barriga

"Não, obrigado."

"Uma almofada para manteres a cabeça mais alta?"

"Não." - sorrio

"Bem, se precisares de alguma coisa... sou o Andrew." - ele apresenta-se

"Danaë."

"O quê?" - ele senta-se na pequena mesa à frente do sofá, olhando para mim

"Danaë." - repito

"Nunca ouvi tal nome."

"É grego." - ouço a voz de Alexander, mas não o vejo.

"Grego? Tipo da Grécia?"

"Querias que fosse grego de onde?" - ele aparece com uma revista na mão - "De quem é isto?"

"Oh, deve ser da Sandree. Ela passou cá hoje. Ela tinha-te avisado que não podia passar cá amanhã."

"Eu sei." - ele atira a revista para Andrew

"Há duas semanas que não és capa da revista. Estás a perder o jeito."

"É, vou chorar." - ele revira os olhos

"Alex, substituíram-te pela tua irmã." - Andrew observa a capa da revista

"É, eu vi. Tem namorado novo."

Alexander senta-se no grande cadeirão, do lado esquerdo da mesa.

"Tem sempre, não é?"

"Não sei." - ele encolhe os ombros - "Como estás?" - o seu olhar desvia-se para mim

"Bem." - minto

Doí-me o pescoço, o tornozelo e mais recentemente as costas.

"O Doc vem aí." - Andrew avisa

"Doc é mesmo o nome dele ou é tipo doc.... doutor?" - questiono

"O primeiro nome dele é mesmo Doc." - Andrew ri

O meu telemóvel toca no meu bolso e estico-me para pegar nele.

Cal.

Olho para Andrew, que está a ler a revista, e depois para Alexander, que está a olhar para mim. Desvio o meu olhar do dele e atendo.

"Sim?"

"Eu quero arruinar-te? Tu é que me queres arruinar! Fui promovido a semana toda para agora receber a notícia de que fui despedido? Estás a gozar comigo, Danaë?" - sinto a fúria na sua voz

"Eu não sabia. De qualquer maneira, tu é que quiseste isto." - sussurro

"Eu? Eu tenho uma enorme vontade de te matar, neste momento."

Arregalo os olhos, com medo.

"Tu és uma puta do caralho! Tu deixaste-me tirar a fotografia! Não és tão inocente quanto isso!"

"Eu não vou falar contigo sobre isto por telemóvel."

"Quero o meu carro no aeroporto amanhã às dez e meia da manhã! Ai de ti, que ele não esteja lá!" - ele desliga

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora