Capítulo 78

351 38 3
                                    

"Tu não sabes nada!" - o meu pai levanta-se da cadeira de repente e manda um murro na mesa - "Tu vens do teu grande mundo do dinheiro para o nosso pequeno mundo de normalidade pensar que nos podes dar lições de vida?"

"Por favor." - aperto a mão de Alex, para que ele não responda.

"Danaë, para o teu quarto!" - o meu pai berra

Alexander também se levanta e eu imito-o.

"Estou lá fora, se quiseres vir dormir comigo ao hotel." - ele diz-me e beija a minha mão - "Espero cinco minutos por ti."

"Dormir contigo ao hotel? Quem é que tu pensas que a minha filha é? Sai da minha casa! Rico de merda!"

"Cinco." - ele sussurra-me antes de se virar e sair de casa.

Olho para a minha mãe, meio que pedindo permissão. Ela sorri-me carinhosamente.

"Vai ter com ele, Danaë."

"Vai ter com... Estás-te a passar, Ava? A tua filha não se vai meter com gente daquela! Tu viste o que ele fez à outra, Danaë! A tua mãe passava a vida a ler revistas onde eles apareciam! Aquele tipo de gente é o pior tipo que pode haver! Tu nem te atrevas a ir ter com ele!" - a voz dele assusta-me. Assusta-me terrivelmente.

"A tua filha que me traz a merda de um teste que até me dá nervos! O Dean que nem se sabe defender e agora tu!?" - ele dá um estalo à minha mãe, fazendo-a cair ao chão.

"Mamã!" - choro e ele vira-se para mim

"Cala-te!" - ele berra, puxando-me os cabelos

"Vai para o quarto, querida." - ela alcança-nos. - "Vai para o quarto." - o meu pai empurra-a contra a parede, dando-lhe outro estalo.

"Vem." - a pequena mão de Dean pega na minha, mais pequena, mão. Ele puxa-me para as escandas.

"Se eu ouvir um barrulho que seja de vocês os dois, atiro-vos do caralho da janela!"

"Eu amo-o." - atrevo-me a dizer

"Amas? Não! Isso é o dinheiro dele a cegar-te! É a fama dele que te puxa para ele!"

"Não!" - quase grito de volta - "Eu amo-o. De verdade, pai."

"Danaë, ouve-me bem. Dali, não vem nada de jeito. Ele vai-te partir o coração como fez com outras milhares de raparigas. Tu és apenas uma menina inocente que caiu no mundo dele. Quando tempo é que isto vai durar? Mais um ou dois meses? Depois o quê?"

"Eu só queria que percebesses a minha escolha. Que a aceitasses, pelo menos. Que o tentasses aceitar a ele. Ele faz-me feliz. Muito feliz."

O meu pai parece ponderar o que digo.

"Por favor. Se correr mal, eu dou-te toda a razão. Mas deixa-me viver isto. Deixa-me bater com a cabeça, se tiver de ser. Tenta conviver com ele. Só até eu ir embora."

"Danaë. Vai ter com o rapaz. Eu falo com o teu pai." - a minha mão aperta-me os ombros, com gentileza

O meu pai está pronto para falar de novo, mas a minha mãe levanta o dedo, para que ele não fale. Eu corro para o quarto, antes que ele diga seja o que for. Abro a porta da varanda e vejo Alex a começar a caminhar.

"Espera!" - grito e ele para de imediato, procurando-me. Quando me encontra, ele mostra-se um pouco confuso. - "Vou só meter algumas roupas num saco." - aviso

Faço o que disse e corro para a entrada.

"Danaë!" - a minha mãe chama

"Sim?" - paro, para falar com ela.

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora