"Tu não sabes nada!" - o meu pai levanta-se da cadeira de repente e manda um murro na mesa - "Tu vens do teu grande mundo do dinheiro para o nosso pequeno mundo de normalidade pensar que nos podes dar lições de vida?"
"Por favor." - aperto a mão de Alex, para que ele não responda.
"Danaë, para o teu quarto!" - o meu pai berra
Alexander também se levanta e eu imito-o.
"Estou lá fora, se quiseres vir dormir comigo ao hotel." - ele diz-me e beija a minha mão - "Espero cinco minutos por ti."
"Dormir contigo ao hotel? Quem é que tu pensas que a minha filha é? Sai da minha casa! Rico de merda!"
"Cinco." - ele sussurra-me antes de se virar e sair de casa.
Olho para a minha mãe, meio que pedindo permissão. Ela sorri-me carinhosamente.
"Vai ter com ele, Danaë."
"Vai ter com... Estás-te a passar, Ava? A tua filha não se vai meter com gente daquela! Tu viste o que ele fez à outra, Danaë! A tua mãe passava a vida a ler revistas onde eles apareciam! Aquele tipo de gente é o pior tipo que pode haver! Tu nem te atrevas a ir ter com ele!" - a voz dele assusta-me. Assusta-me terrivelmente.
"A tua filha que me traz a merda de um teste que até me dá nervos! O Dean que nem se sabe defender e agora tu!?" - ele dá um estalo à minha mãe, fazendo-a cair ao chão.
"Mamã!" - choro e ele vira-se para mim
"Cala-te!" - ele berra, puxando-me os cabelos
"Vai para o quarto, querida." - ela alcança-nos. - "Vai para o quarto." - o meu pai empurra-a contra a parede, dando-lhe outro estalo.
"Vem." - a pequena mão de Dean pega na minha, mais pequena, mão. Ele puxa-me para as escandas.
"Se eu ouvir um barrulho que seja de vocês os dois, atiro-vos do caralho da janela!"
"Eu amo-o." - atrevo-me a dizer
"Amas? Não! Isso é o dinheiro dele a cegar-te! É a fama dele que te puxa para ele!"
"Não!" - quase grito de volta - "Eu amo-o. De verdade, pai."
"Danaë, ouve-me bem. Dali, não vem nada de jeito. Ele vai-te partir o coração como fez com outras milhares de raparigas. Tu és apenas uma menina inocente que caiu no mundo dele. Quando tempo é que isto vai durar? Mais um ou dois meses? Depois o quê?"
"Eu só queria que percebesses a minha escolha. Que a aceitasses, pelo menos. Que o tentasses aceitar a ele. Ele faz-me feliz. Muito feliz."
O meu pai parece ponderar o que digo.
"Por favor. Se correr mal, eu dou-te toda a razão. Mas deixa-me viver isto. Deixa-me bater com a cabeça, se tiver de ser. Tenta conviver com ele. Só até eu ir embora."
"Danaë. Vai ter com o rapaz. Eu falo com o teu pai." - a minha mão aperta-me os ombros, com gentileza
O meu pai está pronto para falar de novo, mas a minha mãe levanta o dedo, para que ele não fale. Eu corro para o quarto, antes que ele diga seja o que for. Abro a porta da varanda e vejo Alex a começar a caminhar.
"Espera!" - grito e ele para de imediato, procurando-me. Quando me encontra, ele mostra-se um pouco confuso. - "Vou só meter algumas roupas num saco." - aviso
Faço o que disse e corro para a entrada.
"Danaë!" - a minha mãe chama
"Sim?" - paro, para falar com ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Sucessor
Romance{Primeiro livro da trilogia 'O Sucessor'.} Danaë Scott é uma rapariga de vinte e três anos de nacionalidade Americana e Grega. Por escolha própria, quando os seus pais decidiram voltar para a Grécia, Danaë decidiu ficar em Boston. Alexander Raymond...