Capítulo 17

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"Sim! Vou já!" - grito, levantando-me da cama e começando a saltitar até à porta - "Olá, ouve descu-"

"O que é isso?" - vejo a sua mão aproximar-se do meu pescoço e como reflexo, dou um passo para trás, o meu pé magoado toca no chão e eu quase tropeço, mas ele segura o meu braço, mantendo-me em pé - "O que é que aconteceu?" - ele fecha a porta atrás de si

"Nada." - viro-me, saltitando para dentro do meu quarto

"Deixa-me ver isso! Tu não tinhas isso ontem."

Eu sento-me na cama e os seus olhos mantêm-se no meu pescoço.

"Isso são marcas de dedos?" - ele arregala os olhos e mete-se de joelhos à minha frente

"Alexander, não é nada, eu apen-"

"Isso são dedos!" - ele acusa - "Quem é que te fez isso."

"Ninguém. Eu é que cai e estava a coçar o pescoço nessa altura e-"

"E és uma mentirosa horrível."

Ele leva a sua mão para perto do meu pescoço, uso a minha para que ele pare, mas ele ignora, afastando a minha mão de perto da dele. Os seus dedos tocam de leve sobre o meu pescoço e estremeço.

"Quem é que fez isto?"

"Ninguém."

"Foi ele não foi?" - os seus dedos já não tocam a minha pele

Ele levanta-se do chão e senta-se ao meu lado na cama. Quando repara que não lhe vou responder, ele pega na minha mão.

"Estás com medo, eu entendo, mas tu tens de falar. Tu tens de ir à polícia! Ele prendeu-te o ar?"

"Não." - minto

"Então, confirmas que foi ele?"

"Eu não quero falar disto. O teu pai deve odiar-me, faço asneiras, depois não apareço na reunião..."

"Eu falei-lhe do acidente de ontem." - ele conta - "Disse-lhe que te custava andar. Também lhe disse que te vinha buscar, mas olha para o teu estado!"

A sua mão aperta a minha e o meu olhar cai sobre elas. A sua mão é maior que minha, muito maior. Ela cobre a minha por completo na verdade. Ele tem um anel no indicador direito e outro no mindinho esquerdo. O do mindinho é dourando, aquele que alguns homens usam para provar que são cavalheiros. É algo de família, na verdade. Tanto o seu pai como o seu irmão têm.

"Eu tenho fome." - aviso e volto a olhar para ele, que já tinha os olhos postos em mim

"Queres comer o quê?"

"Vou ligar ao Ed's. Eles trazem a casa."

"O que é o Ed's?"

"Oh, é um restaurante, bar, café, que eu costumava ir com o Beau e o Cal." - conto - "Bem, ainda fui lá há duas semanas ou algo parecido."

"Que comida é que servem?"

"Massa, pizza, saladas... várias coisas."

Pego no meu telemóvel, sobre a cama, e procuro o número do Ed's.

"Queres algu-"

"Não, obrigado. Almocei com o meu pai. Aliás, enquanto ligas eu vou ligar ao meu pai." - ele larga a minha mão e levanta-se da cama, saindo do quarto

Peço uma pizza de queixo e fiambre, apenas. Entretanto Alexander volta. Encostando-se à parede e a olhar para mim, sorrindo.

"Que calções são esses?" - ele ri

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