Capítulo 72

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Atenas, Grécia.

"Meu amor!" - a minha mãe envolve-me num abraço apertado - "Tantas saudades!" - ela beija-me as bochechas mil e uma vezes.

"Já estou aqui." - sorrio-lhe desviando o meu olhar para o meu pai, que me puxa para si e me abraça também.

"Nunca mais chegava o dia." - ele diz-me

"Vocês lidam muito mal com as saudades." - riu-me, soltando-me dele. 

Dean está ao seu lado e bate-me no braço na brincadeira, fazendo com que o meu pai lhe lance um olhar chateado.

"Já não te via, a ti, há algum tempo." - pisco o olho a Dean, que se ri

O meu pai pega na minha mala e sigo-os até ao carro. O meu pai e o Dean sentam-se nos lugares da frente e eu junto-me à minha mãe, nos bancos de trás.

"Então... namorados?" - ela começa e consigo sentir o meu pai a olhar para mim pelo espelho.

"Uhm..." - penso em mentir, penso mesmo. Dizer que não, que não tenho namorado. - "Tenho um namorado."

Eles não têm de saber quem é. Não é como se o Alex viesse cá ou os meus pais fossem lá, pelo menos não tão cedo.

"O quê?" - o meu pai pergunta alto.

Dean ri-se um pouco, sabendo quem é, e a minha mãe... Bem, a minha mãe tem um enorme sorriso na cara.

"Quem é ele?"

"É um rapaz... que mora em Boston." - encolho os ombros

"Trabalha contigo?" - a minha mãe questiona

"Ela é que trabalha com ele." - Dean responde por mim

"Quem é ele? Diz-me. Sabes que me podes contar tudo." - ela pega na minha mão e o meu pai parra o carro num semáforo.

"Eu tenho de dizer." - Dean solta uma enorme gargalhada.

"Não." - abano a cabeça - "É apenas um rapaz. Temos mantido isto privado."

"Somos os teus pais, Danaë." - o meu pai diz antes de voltar a meter o carro a andar

"Eu sei, mas... não sei se isto vai para a frente, por isso não quero aumentar as esperanças."

"Ai a minha menina tem um namorado!" - a minha mãe abraça-me

"Espera até saberes quem é, Ava." - Dean comenta

"Pára com isso, estúpido." - bato-lhe na nuca e ele vira-se para trás, tentando apanhar o meu braço.

"Chega!" - o meu pai manda e nós paramos - "Diz lá quem é, Dean."

Dean olha para o meu pai e depois para mim. Abano a cabeça a pedir segredo e ele assente.

"Nã. A Dalu quer segredo."

O meu pai para o carro no início da rua, visto que moramos num lugar onde não podem passar carros. Ele pega na minha mala e subimos a rua juntos. 

"Tinha tantas saudades de te ter aqui." - a minha mãe confessa, e sorrio-lhe.

"Tinha saudades de estar aqui." - revelo

"Danaë?" - Ceasar, o filho mais velho da nossa vizinha da frente está a sair de casa quando eu estou a chegar.

Ceasar Kostopoulos, foi o meu primeiro amigo de sempre. Quando eu ainda morava na Grécia, antes de ir viver para os Estados Unidos com aproximadamente sete anos. Ele é apenas dois anos mais velho que eu e sempre que o vejo ele lembra-me que o tempo, de facto, passa. 

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