Capítulo 73

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Caminho pelas ruas, à espera que ele me atenda.

"Raymond."

"Hey." - falo

"O que é que se passa?" - ele pecebe de imediato

"Tenho saudades tuas."

"Oh, querida, então?"

"Gostaria de estar contigo." - sento-me num banco vazio

"Que horas são aí?"

Olho para a hora no meu telemóvel antes de responder:

"Oito da noite."

"Aqui é uma da tarde." - ele ri

"Sim, eu sei."

"Conta-me o que é que aconteceu."

"Tenho saudades tuas, é só isso."

"Eu também tenho saudades tuas. Muitas. Está a ser uma seca sem ti."

"Vejam só se não é a miúda mais bonita da cidade." - Ceasar aparece, com sacos em cada mão

"Quem é que disse isso?" - o tom de Alex mostra que está alarmado

"Foi o Ceasar. Um amigo e vizinho." - conto

"Quem é?" - Ceasar pergunta

Demoro um pouco até respoder:

"Um amigo."

"Amigo? Não. Tu, diz a esse gajo que sou o teu namorado, Danaë! Diz!"

"Ela está bem, vamos embebeda-la esta noite. Ela vai ter um natal de arrasar." - Ceasar grita para o telemóvel

"Danaë, não estou a achar piada nenhuma."

"Ele está a gozar."

"Queres boleia para cima?" - ele pergunta e eu abano a cabeça, deixando-o desaparecer por entre as ruas.

"Não te estou a ouvir."

"Não estou a falar." - quase me riu - "Eu quero estar à tua beira, Alex. Estás em Boston?"

"Vou para Los Angeles às três da tarde."

"Oh. Está bem." - falo

"Tens de me contar o que é que aconteceu."

"Tens algum diário?" - pergunto

"Não." - ele responde

"Bem, eu tenho. Tenho três anos da minha vida escritos naquele caderno e a minha mão leu-o."

"Ok... o que é que tinha no caderno?"

"Tudo! Tudo mesmo. E não queria que ninguém visse. Coisas que eu não queria que ninguém soubesse."

"Por exemplo?"

"Tanta coisa, Alex!" - porra!

Quando volto para casa estão todos no sofá à minha espera. Caminho para o quarto, sem nada dizer.

"Posso?" - ouço Dean, e levanto a minha cabeça da almofada para olhar para ele.

"Se eu disser que não, entras na mesma."

Ele solta um pequeno riso e entra, sentando-se ao meu lado, na cama.

"Eu sei que o diário é importante para ti, mas já passou. Já não escreves nele há uma data de anos."

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