Capítulo 81

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O tecido é fofo. Parece um cobertor daqueles peludos que se usa quando se está no sofá a comer pipocas e a ver um bom filme.

Ele é tão atencioso. E agora o meu presente vai parecer lixo ao lado do que ele me comprou. Boa. 

"Tu és demasiado bom para mim." - aperto o robe contra mim.

Ele junta-se a mim na cama e abraça-me contra ele. 

"Tu estás a chorar?" - ele percebe e eu fungo - "Danaë." - ele ri um pouco

"Agora o meu presente vai ser lixo!" - faço birra - "Porque é que tu és assim comigo?"

"Lixo? Tu podias-me dar um beijo como presente e seria o melhor presente do mundo. Eu não preciso de coisas caras. Eu preciso de ti."

"Oh, boa! Agora sou a má da fita." - reviro os olhos - "Porque me emocionei com presentes caros em vez de te dizer que o que eu precisava era de ti."

"Oh, deus." - ele ri-se, apertando-me mais contra ele

"Tu és lamecha." - lanço 

"É. Não sei o que é que me deu. Eu não era assim." - o seu queixo descansa na minha cabeça - "Estou mais apaixonado que nunca."

Eu sou a má da fita. Claro que sou. Este homem diz que me ama a cada oportunidade que tem, ele compra-me presentes que custam mais do que eu ganho, ele diz-me coisas bonitas e faz-me sentir bem, e o que é que eu faço? Oh, eu desconfio sempre que ele me diz que me ama, digo-lhe que não quero viver com ele porque ainda é cedo e chamo-o de lamechas, quando o que eu mais quero é que ele continue a dizer estas coisas. 

"Está bem." - assinto, limpando as minhas lágrimas

"Está bem?" - ele ri - "Eu digo que estou mais apaixonado que nunca e tu respondes est-"

"Eu aceito morar contigo."

Os seus braços largam-me. As suas mãos seguram-me a cara, para que eu me foque nele. Ele mostra o maior sorriso e sussurra, como se tivesse medo que alguém possa ouvir.

"Tens a certeza?"

"Sim." - assinto - "Se alguma coisa acontecer, eu tenho amigos. Tenho sempre para onde ir." - encolho os ombros

"Tudo aquilo que eu te comprei não vale nada comparado com o presente que me acabaste de oferecer. Eu farei de ti a pessoa mais feliz do mundo." 

"Já o fazes." - volto a encolher os ombros e ele une os nossos lábios. A sua língua entra na minha boca, tocando na minha. - "Tenho de me preparar para ir para casa dos meus pais." - aviso, separando os nossos lábios.

"Ok..." - ele sorri, de olhos fechados, ainda segurando a minha cara.

Se ele não é o homem mais bonito no mundo, eu não sei quem é.

Alexander vestiu um fato azul escuro, uma camisa branca, um colete da mesma cor do fato, por baixo do blazer, e por baixo do colete ele tem uma gravata da azul escura também. Pergunto-me quantas camisas brancas e quantos fatos é que ele tem. Juntamente com isso, ele tem o seu relógio Rolex preto, no pulso direito. Os seus famosos sapatos de verniz, que hoje são da cor do fato. O seu cabelo loiro está sem produtos, como sempre. Deixando-o despenteado, mas não parece despenteado. Está sempre no sítio. Este homem é um pedaço de mão caminho. 

Eu sinto-me uma desgraçada ao seu lado, nas minhas calças brancas e camisola verde. Oh, sim, verde. Porque é natal e achei que verde seria fantástico. Os meus sapatos ainda se safam. São pretos e de tacão alto, deixando-me, mesmo assim, mais pequena que Alex. Uns dez centímetros. Bem, ele é vinte e sete centímetros maior que eu. E vendo bem... estes sapatos não têm dezassete centímetros. Eu sou um esquilo ao seu lado. Uma esquila.

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