Capítulo 95

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O Bentley cheira a sexo. Pareço preocupado? Não. 

Danaë pega no seu casaco e na sua mala, que deixou no carro, e eu pego no meu blazer. Guio-a para o elevador e carrego no botão do andar do que está prestes a ser, a nossa penthouse. Mantenho-a por perto, deixando-a abraçar-se às minhas ancas. Está muito carente. 

"Ele deve estar a chegar." - ambos paramos à frente da porta ao ouvir a voz de Andrew.

"É urgente."

Penelope?

Danaë larga-me e recua vários passos. 

"Estou aqui há vinte minutos, lá em baixo disseram-me que ele já tinha chegado." - ela reclama

"Bem, ele não está aqui."

Agarro o braço de Danaë, quando a vejo tentar fugir.

"Ela já sabe sobre nós." - relembro-a e abro a porta com a chave.

Os olhos de Penelope caem de imediato sobre Danaë, que olha para ela... triste. Danaë baixa o olhar para os seus sapatos.

O que é que se passa aqui?

"Penelope." - fecho a porta e pego no casaco e na mala de Danaë. 

"Alexander. Danaë." - ela cumprimenta-nos.

"Eu vou para o quarto." - a minha namorada avisa e corre para as escadas.

"E eu vou embora." - Andrew avisa antes de sair de casa.

Coloco os nossos casacos e a sua mala sobre o sofá.

"Sim?" - viro-me para a mulher que quase foi minha esposa.

"Queria falar contigo, antes de falar com qualquer outra pessoa."

"Diz-me." - encosto-me ao sofá, mirando-a com atenção.

"O Mark pediu-me em casamento e eu aceitei. Estou noiva."

Por alguma razão eu sabia que isto ia acontecer. Eu previ isto e na minha cabeça eu explodia. Eu gritava com ela e depois dela sair eu chorava e embebedava-me, mas não. Estou feliz por ela. Eu tenho a Danaë. Eu não quero a Penelope para nada, porque o que eu sinto pela Danaë é tão, mas tão, mais forte do que eu alguma vez senti por... seja quem for.

"Parabéns!" - desencosto-me do sofá e abro os braços, recebendo-a num abraço. 

"Obrigado! Muito obrigado!" - ela abraça-me de volta - "Cheiras a sexo." - ela comenta e eu solto um pequeno riso

"Obrigado." - termino o abraço

"Sempre gostei do teu cheiro a sexo."

Miro-a apenas para lhe revirar os olhos.

"Como é que ela se está a safar?" - Penelope pergunta

"Bem. Acho eu." - olho para as escadas vazias.

"Achas?"

"Sim. Não sei... é difícil de dizer." - volto a olhar para a mulher à minha frente

"Ouve, Alex... não deixes que mais ninguém te parta o coração. Tu és um homem fantástico e mereces o melhor."

"Ok?" - viro costas, voltando a aproximar-me do sofá, encostando-me novamente, virando-me para ela.

"Às vezes, o amor não chega. É preciso muito mais."

"Onde é que queres chegar?" - cruzo os braços

"A lado nenhum, apenas que há relações que precisam de mais ensino que outras. Existem relações que funcionam logo e que depois acabam e outras que demoram até funcionar e que depois são felizes até ao fim."

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora