"Eu não posso sair da sessão agora, Dana. Liga ao Beau."
"Ok. Obrigada."
"Desculpa mesmo."
"Não te preocupes."
"Avisa quando estiveres em casa."
"Está bem." - desligo
Procuro o número de Beau e ligo-lhe. Ele não atende a primeira vez por isso ligo-lhe outra vez.
"Estou no meio de uma reunião, Dana." - ele explica
"Oh! Desculpa."
"O que é que se passa?"
"Tive um acidente. Não consigo levar o carro de volta para casa."
"Um acidente? Magoaste-te?"
"No pescoço e no tornozelo, mas eu fico aqui à espera. Avisa-me só se poderes vir, por favor."
"Uhm... diz-me onde estás."
"Estou à frente daquela loja de roupas em segunda mão. Perto do Ed's."
"Sei. Eu já te digo alguma coisa."
"Obrigado, Beau." - termino a chamada
Tiro finalmente a minha mão do meu pescoço e olho no pequeno espelho do carro. Tenho a marca do sinto, em vermelho, marcada. Está a sangrar, numa das pontas. Abro o porta-luvas, com esperança de ter lenços, mas nada. O meu telemóvel vibra e volto a pegar nele, tapando a minha ferida com a mão, de novo.
Beau
Vão te buscar. Peço desculpa, com antecedência.O quê?
Quem é que me vem buscar?
Respondo.
O meu tornozelo parece estalar quando levo a minha mão ao mesmo. Ele dói-me só ao tocar o chão. Levanto-o um pouco, tocando com ele no pedal. Volto a sentir dor, então puxo o banco para trás.
Espero por volta de quinze minutos, até que alguém apareça para mim.
A figura alta bate no meu vidro e olho para ele. A minha reação é arregalar os olhos e abrir a boca, sem nada dizer. Ele abre a porta, que me esqueci de trancar, e baixa-se um pouco, para que me ver bem.
"Estás muito magoada?" - a sua mão toca-me no pulso
"Não." - minto, sentido uma dor horrível
"Deixa-me ver." - A sua mão puxa, com gentileza, a minha mão para si - "Merda." - ele comenta
O seu dedo toca a minha ferida, fazendo-me estremecer.
"Anda. Temos de cuidar disso." - ele fala, continuando a apreciar a minha ferida
"O carro..."
"Deixa aqui o carro. Eu depois peço a alguém para o vir buscar." - ele fala
Ele toca na minha mão com a sua, dando-me um pequeno choque. Com o pé que não me dói, poiso-me no chão. Agarro-me à porta do carro e ele olha para a minha perna.
"Onde é que te dói?"
"Uhm, no tornozelo direito." - conto - "Eu tenho a minha mala lá dentro." - baixo-me, mas as suas mãos agarram-me os braços, puxando-me de volta para cima
"Eu pego nela." - ele afasta-me um pouco
Ele pega nas minhas coisas, incluído a chave de carro. O seu braço envolve-se à volta da minha cintura. Passo o meu braço pelo seu pescoço e levanto o pé aleijado. Ele fecha a porta e tranca o carro. Vou aos saltinhos até ao carro dele, um Audi R8, branco e preto. Ele abre a porta do passageiro e ajuda-me a entrar. Fecha a porta e levas as minhas coisas para a mala do carro, deixando-me apenas com o meu telemóvel. Ele entra no lado do condutor e põe logo o cinto. Faço o mesmo, fixando o meu olhar na traseira do carro em que estava há pouco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Sucessor
Roman d'amour{Primeiro livro da trilogia 'O Sucessor'.} Danaë Scott é uma rapariga de vinte e três anos de nacionalidade Americana e Grega. Por escolha própria, quando os seus pais decidiram voltar para a Grécia, Danaë decidiu ficar em Boston. Alexander Raymond...