Capítulo 11

823 63 2
                                    

"Eu não posso sair da sessão agora, Dana. Liga ao Beau."

"Ok. Obrigada."

"Desculpa mesmo."

"Não te preocupes."

"Avisa quando estiveres em casa."

"Está bem." - desligo

Procuro o número de Beau e ligo-lhe. Ele não atende a primeira vez por isso ligo-lhe outra vez.

"Estou no meio de uma reunião, Dana." - ele explica

"Oh! Desculpa."

"O que é que se passa?"

"Tive um acidente. Não consigo levar o carro de volta para casa."

"Um acidente? Magoaste-te?"

"No pescoço e no tornozelo, mas eu fico aqui à espera. Avisa-me só se poderes vir, por favor."

"Uhm... diz-me onde estás."

"Estou à frente daquela loja de roupas em segunda mão. Perto do Ed's."

"Sei. Eu já te digo alguma coisa."

"Obrigado, Beau." - termino a chamada

Tiro finalmente a minha mão do meu pescoço e olho no pequeno espelho do carro. Tenho a marca do sinto, em vermelho, marcada. Está a sangrar, numa das pontas. Abro o porta-luvas, com esperança de ter lenços, mas nada. O meu telemóvel vibra e volto a pegar nele, tapando a minha ferida com a mão, de novo.

Beau
Vão te buscar. Peço desculpa, com antecedência.

O quê?

Quem é que me vem buscar?

Respondo.

O meu tornozelo parece estalar quando levo a minha mão ao mesmo. Ele dói-me só ao tocar o chão. Levanto-o um pouco, tocando com ele no pedal. Volto a sentir dor, então puxo o banco para trás.

Espero por volta de quinze minutos, até que alguém apareça para mim.

A figura alta bate no meu vidro e olho para ele. A minha reação é arregalar os olhos e abrir a boca, sem nada dizer. Ele abre a porta, que me esqueci de trancar, e baixa-se um pouco, para que me ver bem.

"Estás muito magoada?" - a sua mão toca-me no pulso

"Não." - minto, sentido uma dor horrível

"Deixa-me ver." - A sua mão puxa, com gentileza, a minha mão para si - "Merda." - ele comenta

O seu dedo toca a minha ferida, fazendo-me estremecer.

"Anda. Temos de cuidar disso." - ele fala, continuando a apreciar a minha ferida

"O carro..."

"Deixa aqui o carro. Eu depois peço a alguém para o vir buscar." - ele fala

Ele toca na minha mão com a sua, dando-me um pequeno choque. Com o pé que não me dói, poiso-me no chão. Agarro-me à porta do carro e ele olha para a minha perna.

"Onde é que te dói?"

"Uhm, no tornozelo direito." - conto - "Eu tenho a minha mala lá dentro." - baixo-me, mas as suas mãos agarram-me os braços, puxando-me de volta para cima

"Eu pego nela." - ele afasta-me um pouco

Ele pega nas minhas coisas, incluído a chave de carro. O seu braço envolve-se à volta da minha cintura. Passo o meu braço pelo seu pescoço e levanto o pé aleijado. Ele fecha a porta e tranca o carro. Vou aos saltinhos até ao carro dele, um Audi R8, branco e preto. Ele abre a porta do passageiro e ajuda-me a entrar. Fecha a porta e levas as minhas coisas para a mala do carro, deixando-me apenas com o meu telemóvel. Ele entra no lado do condutor e põe logo o cinto. Faço o mesmo, fixando o meu olhar na traseira do carro em que estava há pouco.

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora