Capítulo 89

384 40 5
                                    

"Está a sangrar. Acontece. Não te preocupes." - ele sai de cima de mim

"Está a arder um pouco." - conto

"Está?" - ele tapa o que fez com a palma da sua mão

"Mas eu gostei."

"Ainda bem." - ele beija a minha testa - "Ainda queres ver o filme?"

"Sim." - a minha resposta faz com que ele revire os olhos - "Tu és obcecado por sexo." - riu-me dele

"Não. Eu sou obcecado, não no sentido tóxico, por ti. Mas tu estavas a beijar-me o pescoço, acabei de te fazer um chupão... achei que fossemos fazê-lo."

"Mete o filme, homem!" - mando

Acordo com o barulho horrível do telemóvel de Alex a tocar. Os seus braços deixam o meu corpo e ele mexe-se, acabando por atender a chamada.

"Raymond... bom dia, pai..." - de imediato, os meus olhos abrem-se e viro-me para ele - "Não, ainda não vi... sim... eu vou ver.... dá para perceber?... perfeito." - ele termina a chamada

"O que é que foi?" - pergunto

"Uhm... acho que nos tiraram uma fotografia ontem."

"O quê?" - sento-me na cama

Ele vai ao google e escreve o seu próprio nome ele nem tem de carregar em noticias. A primeira coisa que aparece é logo sobre a noite de ontem.

Dois meses depois, Alexander Raymond e a sua namorada secreta parecem mais apaixonados que nunca.

Arranco o seu telemóvel da sua mão e carrego sobre a notícia. 

"Danaë, é só para ter a certeza de que não se vê a tua ca-" - tapo-lhe a boca e começo a ler a notícia.

Alexander Raymond, 28, parece ter finalmente encontrado o amor. De novo. Desde que o seu noivado, com Penelope Washington, acabou, o filho de Henry Raymond nunca mais foi visto com outra mulher. Pelo menos não de uma maneira romântica. 

Parece que a sua sorte mudou. Há dois meses atrás, Alexander Raymond foi visto a beijar uma rapariga em Aspen. A identidade da rapariga até hoje se mantém um mistério. Nas duas ocasiões em que foram vistos juntos, a rapariga usa o mesmo casaco amarelado, que se tornou bastante conhecido. 

Será que esta é a mulher que irá conseguir concertar o coração do nosso solteirão preferido?

"Não sabem quem sou." - devolvo-lhe o telemóvel

"Viste as imagens?" - ele passa o dedo no ecrã, vendo as imagens. 

As fotografias são tiradas das costas de Alex. Vê-se o meu casaco e num das imagens até se vê os meus olhos, mas é tudo. Não se vê mais do que os meus olhos e o meu casaco. Acho eu. Não estou muito atenta à imagem a não ser à minha cara.

"Foi por pouco." - volto a deitar-me ao seu lado

Ele envolve-me nos seus braços e eu encosto a minha bochecha ao seu peito. 

"Mal posso esperar para acordar ao teu lado, todos os dias." - ele fala, fazendo-me sorrir.

"Digo o mesmo." - deixo um beijo no seu peito - "Mas tudo a seu tempo. Eu aceitei, mas tens de me dar tempo." - olho para ele - "Tenho de encaixotar tudo, e pensar no que quero trazer e não..."

"Sim, eu sei."

Volto a encostar-me ao seu peito e ele esfrega-me as costas com as suas mãos. Eu fecho os olhos, deixando-me adormecer de novo. 

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora