"Já contaste a mais alguém?" - sento-me na cama
"Não. Eu não sei com quem falar. A Paisley não me atendia o telemóvel e tive de te ligar cinco vezes até que tu atendesses. Eu vou abortar."
"Hey! Não!" - agora sou eu que grito - "Fica aí, eu vou ter contigo assim que puder."
"Estou em Oxford, Alex! Não sei da Paisley, a mãe saiu com o Oliver e o Jackson... sei lá do Jackson."
Oliver Gibson, o idiota do namorado da minha mãe.
"Eu vou ter contigo. Acalma-te. Eu... depois do natal? Dia vinte e seis?"
A mão de Danaë descansa sobre o meu ombro, para que ela se equilibre enquanto levanta o pé e vê se tem algo por baixo do mesmo. O seu cabelo está molhado sobre a sua pele, deixando pequenas gotas escorregar pelos braços.
"Sim." - ela acalma-se - "Dia vinte e seis está bom. Mas em Beverly Hills. Eu volto esse dia."
"Ok. Não entres em pânico. Vai correr tudo bem."
"Tudo bem? Eu tenho uma mentalidade de criança, como é que eu vou tomar conta de uma?"
"Tu vais dar conta do recado. Acalma-te."
"Ok. Obrigado."
"Não te preocupes. Está tudo bem. Devias falar com a mãe, assim que tiveres pronta. Ela pode ajudar-te."
"Sim. Eu vou tentar. Eu adoro-te, Alex."
"E eu a ti. Vai lá. Descansa. Oh, parabéns!"
"Alex."
"A sério! Vai ser ótimo, tenho a certeza."
"Adeus." - ela termina a chamada.
Até a minha irmã, que não quer ser mãe, vai ter uma criança antes de mim. Eu sou um miserável.
"O que é que aconteceu?" - Danaë senta-se na minha perna, coberta com a toalha.
"A Audrey está grávida."
Danaë, chocada, levanta-se. Ela tapa a boca com a mão.
"Isso é fantástico!"
"Seria se o pai não fosse o ex-namorado que a trocou."
"Oh!"
Danaë's P.O.V.
Depois de almoçar numa esplanada de um restaurante qualquer, Alex e eu fomos explorar um pouco a cidade. Na verdade, eu fui a sua guia turística.
"Senta-se aí." - ele manda-me sentar num muro.
"Ok..." - apoio-me a ela e sento-me sobre a mesma.
"Sorri." - ele aponta a câmara para mim e eu mostro um sorriso. - "Oh sim!"
"Porque é que não tiramos uma foto juntos? Já tiraste mil e uma fotos minhas e nenhuma nossas." - faço beicinho e ele aproxima-se de mim, ajudando-me a descer do muro.
"Não gosto de aparecer."
"Depois perguntam-me quem é o meu namorado e para isso eu tenho de ir ao Google... quem é que vai acreditar em mim?"
Ele solta um pequeno riso e assente.
"Ok, vamos lá tirar fotografias juntos."
"Boa!" - dou um pequeno salto
Ele mete a sua câmara sobre o muro e posiciona-a, tirando-nos várias fotos. Até voltarmos para o hotel, às quatro da tarde, tiramos imensas fotos juntos. Com a câmara, com o meu telemóvel e com o seu. Até fomos aquelas máquinas que fazem quatro fotografias de uma vez só e são entregues na hora. Tiramos por volta de dezasseis, mas valeu a pena. Na parte de baixo das fotografias diz Bem-Vindos a Atenas. Outro diz Atenas, Grécia.
"Tudo comprado?" - ele pergunta-me, depois de termos parado em lojas para eu comprar coisas para os meus pais, o meu irmão e lembranças para a Zoey, o Diego, o Beau e a Valentina. Ela merece. Alex também comprou um presente para cada um dos meus pais, sim, para o meu pai também, e para o meu irmão. Comprou pequenas lembranças para a sua família e quando lhe perguntei como é que ele iria explicar que esteve na Grécia, ele disse logo se via.
"Sim." - assinto com a cabeça
Falei com o meu pai ao telemóvel, hoje de manhã. Ele disse que ontem reagiu de uma maneira que não devia ter feito. Disse até que se arrepende de nem sequer ter tentado, mas que nunca irá achar que algum homem seja bom o suficiente para mim. Também disse que o Alex era bem-vindo a passar a consoada connosco. Aposto que a minha mãe lhe mandou dizer aquilo, mas animou-me.
"Boa, agora... queres abrir o meu presente."
Com a história de Audrey estar grávida, acabamos por nem falar mais nos presentes. A não ser quando estávamos para sair do quarto, de manhã.
Não quero parecer uma criança, mas ao mesmo tempo, não estou preocupada.
Salto para cima da cama, ficando de joelho a olhar para ele. Ele solta um pequeno riso, enchendo o quarto de cores que apenas nós conseguimos ver.
"Quero!"
Ele pega no enorme saco da Versace e entrega-mo. As minhas mãos tremer ao pegar no saco. Nunca vi algo tão... luxuoso, ser posicionado à minha frente para mim. Desfaço o laço, levantando os olhos, vendo o seu verde, brilhante, sobre mim. A cada movimento que faço. Ele está nervoso. Porque é que ele está nervoso?
Abro o saco e a primeira coisa que vejo é uma carteira sobre um tecido. Pego na carteira, é preta e tem o símbolo da marca. Não consigo imaginar o quanto é que custou! A carteira custa mais do que qualquer dinheiro que eu alguma vez ponha lá dentro. Se algum dia, por um azar enorme, me assaltarem, em vez de pedirem todo o meu dinheiro, vão mandar-me tirar tudo o que tenho na carteira e fogem-me com ela.
"Então... gostas?" - ele coça a parte de trás da sua cabeça, despenteando o cabelo.
"Isto é.... oh, meu deus." - abro a carteira - "Isto é tão bonito."
Não sei o que dizer. Nunca ninguém me ofereceu algo assim.... tão caro.
"A sério?" - a sua voz revela um sorriso
"Sim. Deve ter sido tão ca-"
"Tem mais." - ele interrompe-me, apontando para o saco.
Abro mais um pouco o saco e o tecido que estava por baixo da carteira, é puxado para fora do saco, por mim. Tenho de me por em pé na cama, para conseguir perceber o que é.
Um robe. É branco e diz Versace em todo o lado, numa cor bastante clara, se estiver longe, nem dá para notar o que diz. As mangas do robe têm desenhos dourados e o cinto do robe combina com as mangas.
"Quando estávamos em Aspen disseste que adoravas robes. E eu... bem eu concordei depois de te ver com ele. Com os ombros à vista..."
"Gostas do robe?"
"Oh! Eu adoro robes. Não tenho nenhum porque nunca me dou ao trabalho de ir comprar um, mas eu adoro robes. Acho que um robe é uma das coisas mais sensuais que uma mulher pode usar."
"Sensuais?"
"Sim. Imagina, uma mulher toda nua, apenas com um robe, a descair-lhe nos ombros."
"Tu... tu lembraste?"
"Sim. Lembro-me de tudo."
[Fim do capítulo]
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O Sucessor
Romance{Primeiro livro da trilogia 'O Sucessor'.} Danaë Scott é uma rapariga de vinte e três anos de nacionalidade Americana e Grega. Por escolha própria, quando os seus pais decidiram voltar para a Grécia, Danaë decidiu ficar em Boston. Alexander Raymond...