Capítulo 47

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"No teu pesadelo, era eu?"

"Não." - abano a cabeça

"Eu deixei-te, foi isso? Foi por isso que o disseste?" - ele parece verdadeiramente assustado

"Não. Tu não estava lá."

"Então sabes o que sonhaste." - ele apanha-me na mentira

"Eu não quero falar disso, Alexander." - meio que estou a pedir

"Ok." - ele levanta-se e pega na minha mão - "Se quiseres falar, eu quero ouvir, combinado?"

"Sim." - assinto com a cabeça

"Ótimo." - ele abre a sua mala, tirando de lá um polo, vestindo-o de imediato. Ele pega também num casaco de malha, cinzento, para cobrir o seu polo azul escuro.

Descemos para jantar. Ele fala-me um pouco sobre o hotel, como foi crescer no olhar no publico, como foi nunca ter privacidade. 

"Oh! Lembras-te de onde te queria levar à tarde?" - ele acaba de jantar

"Sim." - como mais uma batata frita

"Será que podemos ir agora? Sei que vais adorar."

"Suponho de sim." - sorrio

Ele pega nos nossos pratos, metendo-os na banca.

"Ok, eu levo a louça e-"

"Fazemos isso depois."

"Fazemos agora, não custa nada." - ligo a água, começando a lavar. Ele, sendo a pessoa que é, ajuda-me. Pega num pano limpo e seca a louça molhada. Alexander e Jackson parecem ser o oposto um do outro. Por mais que sejam parecidos fisicamente, a maneira de agir, é o contrário. 

Visto o meu casaco e o seu cachecol e espero por ele, que foi buscar a sua câmara. Ele desce, no seu longe casaco preto, que lhe chega aos joelhos. Um flash sai da sua câmara, quando ele me tira uma fotografia. Ele ri-se, um riso lindo. Com um som fantástico. 

Ele pega nas chaves e ambos saímos de casa. Ele tranca a porta e depois vira-se para mim.

"Vai para a neve." - ele aponta

"Para quê?"

"Quero tirar uma fotografia."

"Porque é que eu tenho de aparecer e tu não?" - cruzo os braços

"Porque não gosto, Danaë."

"Bem, eu não tiro nenhuma fotografia sem ti." - viro a cara 

"Tu és mandona."

Observo-o a carregar em algo na câmara e a posiciona-a no alpendre. Ele toca no botão, pega em mim ao colo e salta para a neve. Ele fica atrás de mim, com os seus braços à volta da minha cintura. Ele pega rapidamente nas minhas mãos, enfiando-as dentro dos bolsos no meu casaco, entrelaçando os nossos dedos. O seu queixo descansa no topo da minha cabeça e eu mostro um grande sorriso, sincero. O flash revela que a fotografia foi tirada e ele solta apenas a minha mão esquerda, caminhando comigo até ao alpendre, pegando na câmara. 

A fotografia ficou bonita. Acredito que quem a visse pensasse que era um casal feliz, nas suas férias anuais.

Ele está a sorrir, de boca fechada. Como o faz sempre. Parece contente. Parece verdadeiramente feliz. 

"Vamos." - ele mete a câmara à volta do seu pescoço e eu largo a sua mão.

Ele caminha ao meu lado, com calma. Sem pressa. 

"Vais passar o natal na Inglaterra?" - meto conversa, durante a caminhada

"Não sei." - ele admite - "Depende dos meus irmãos na verdade."

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora