Capítulo 98

371 41 5
                                    

"Quem é?" - questiono antes de ver que é um psicólogo, por baixo do nome.

"Foi meu psicólogo. É um ótimo profissional."

"Tu estiveste num-"

"Não tens o direito de perguntar." - ele fecha a gaveta.

"É caro?"

"Um pouco, mas eu aj-" 

"Não." - devolvo-lhe o cartão - "Eu não quero a tua ajuda para pagar. Eu q-"

"Tu precisas disto!" - ele interrompe-me - "O hotel ajuda-te."

"Obrigado, mas não. Posso sair à uma e meia então?"

"Eu falo com ele e tenho a certeza que chegamos a um acordo sobre o dinheiro."

"Senhor Raymond, não. Ele estaria a perder d-"

"Ele ganha imenso, Danaë. Eu vou-lhe ligar agora." - ele pega no seu telemóvel e eu corro para o seu lado, arrancando-lhe o telemóvel da mão.

A foto de capa sou eu e ele. Em Aspen. A primeira foto que tiramos juntos. Estamos ambos a sorrir e nenhum de nós previa o que estava para acontecer.

"Ainda sou teu patrão!" - ele pega no seu telemóvel da minha mão - "Pelo menos o filho dele."

Ele vira-se de costas e marca o número. Fico a olhar para ele. Ele encosta o telemóvel ao ouvido e vira-se para mim.

"Maverick, como está?" - ele senta-se na sua cadeira - "Tenho um pequeno favor para lhe pedir.... sim, eu queria pedir-lhe se lhe podia mandar uma pessoa, mas que os preços sejam discutidos."

Abano a cabeça, mas ele ignora.

"Sim. Que tal, mais ou menos, vinte oitenta?"

O quê? O que é que isso quer dizer?"

"Fica entre nós." - ele finge um riso - "Eu sabia que podia contar consigo... claro, eu falo com ela e depois marcam o dia... perfeito! Obrigado Maverick!" - ele desliga

"Eu não duvido que ele seja um ótimo profissional, mas eu não vou a-"

"Ele faz-te por trinta e cinco dólares." - ele coloca o telemóvel sobre a mesa

"O quê?"

"Trinta e cinco dólares cada sessão."

"É onde?"

"Onde tu quiseres. Se fores ao gabinete dele, é perto de minha casa, se preferes que ele vá a tua casa, ele vai."

"Vou precisar do número dele."

Ele volta a entregar-me o cartão. 

"Obrigado." - aceito o cartão - "Mesmo assim acho que devia ir ter com o outro psicólogo, apenas para não parecer mal."

Ele encolhe os ombros.

"Posso?"

"Podes." - ele puxa o seu cabelo para trás 

"Obrigado!" - sorrio-lhe - "Muito obrigado!"

Ele assente com a cabeça.

"Eu sou capaz de escolher o doutor Cooper. É o mais barato que vou arranjar."

"Ele é bastante profissional."

"Ajudou-te quando te separaste da P-"

"Não tens trabalho?"

"Certo." - viro-me, saindo do seu escritório.

Como dito, à uma e meia saio de trabalho e faço o meu caminho, pela neve, até ao gabinete do sobrinho de Valentina. Como é que ele se chamava? Ah! Matthew Isaacs. Diz na campainha. Eu toco e a porta é destrancada, deixando-me subir. Segundo andar.

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora