Capítulo 50

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"Oh!" - mostro um ar culpada - "Foi sem querer."

"Supus isso." - ele junta-se a mim

"Eu vou tomar banho." - aviso-o - "Posso a tua T-shirt, de novo?"

"Claro."

Pego nela e numas cuecas, caminhando até à casa de banho. Depois de terminar o banho, visto as minhas cuecas e a sua T-shirt. Pergunto-me se a pedir emprestada durante alguns dias se ele ma empresta. Ou se calhar esta camisola tem um significado especial e este símbolo é na verdade algo importante para ele.

Saio da casa de banho para o quarto. Alexander está deitado na cama, a dormir. Antes de me juntar a ele, pego numas meias da minha mochila e calço-as. Deito-me ao seu lado e brinco com o seu cabelo, cuidadosamente. Estico-o entre os meus dois dedos, como as cabeleireiras fazem, e largo. Fazendo isso vezes sem conta.

Ao olhar para ele, tento imaginar como seria um filho dele. Provavelmente parecido com ele, quando era criança. O seu cabelo continua loiro, os seus olhos parecem mais claro do que eram e ele... ele parecia tão frio, tão arrogante e ao vê-lo aqui, a dormir, ele parece a criança das fotografias. Ele parece calmo e sonhador. Cansado. Bastante cansado.

Com cuidado, pego no cobertor que trouxe da sala e coloco-o sobre ele, cobrindo-o. Ele nem se mexe. Levanto-me da cama e desço para a sala. Tento acender a lareira, por alguma razão, lareiras sempre me fascinaram. Foi sempre algo que eu quis ter em casa. Nunca tive, mas queria e quero ter.

Quando a consigo ligar, sento-me à frente dela, apenas a ver o fogo.

"Danaë?" - ouço e viro-me para as escadas, onde Alexander está a descer

"Aqui." - levanto o braço

Ele parece respirar fundo e aproxima-se de mim.

"O que é que estás a fazer?"

"Estou sentada à frente da lareira." - respondo o obvio

"Porquê?"

"Porque gosto." - aprecio-o sentar-se ao meu lado

"Gostas de estar sentada à frente da lareira?"

"Sabes aquela fantasia que tens quando és mais novo e começas a fantasiar a tua família? Quantos filhos vais ter, como é que a pessoa com quem vais passar o resto da tua vida vai ser ou como queres que a tua casa seja?"

"Sim." - ele olha-me, um pouco ou nada confuso.

"Bem, nessa minha fantasia, a minha casa tinha uma lareira. Onde eu pudesse pegar em alguns cobertores e dormir ao lado da mesma." - conto

"Porquê?"

"Porque é à moda antiga." - encolho os ombros - "Porque é romântico."

"Tens uma ideia bastante.... diferente de romântico."

"Porquê?" - ele está a tentar ofender-me?

"Porque tu não pensas em viagens ou... jantares. O que tu queres é estar com a pessoa. Quero que saibas que seja quem for que ficar contigo, irá ser um homem sortudo."

Mas será que eu só sei pensar mal do homem? Aqui está ele, a elogiar-me, a torto e a direito, e tudo o que eu consigo dizer é:

"Uau, obrigado."

Quando obviamente podia dizer, digo o mesmo sobre a mulher que irá ficar contigo, ou algo parecido, mas não... claro que não, porque a Danaë é burra que nem uma porta.

"Então conta-me.... como é que imaginas o homem com quem vais passar o resto da tua vida?" - o seu olhar queima em mim

"Uhm... alto. Provavelmente, cabelo escuro, olhos cor de caramelo..." - e de repente nada disto parece fazer sentido. Sem o descrevi assim. À minha mãe, à D.J., à Zoey... e agora, não faz sentido.

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora