"O que é que se passa?" - ela larga a sua caneta sobre a mesa
"Posso te fazer uma pergunta? Tipo... pessoal?"
"Acho que sim." - toda a sua atenção cai em mim
"Tens namorado?"
"Mais ou menos." - ela sorri
"Confias nele?"
"Claro que sim."
"Uma relação sem confiança... não é relação."
"Não." - ela abana a cabeça - "Uma relação baseia-se na confiança."
"Era só isso." - assinto com a cabeça
"Tu e o teu namorado não estão bem?"
"Eu achava que estávamos, mas... não." - abano a cabeça - "Eu vou acabar com ele."
"O quê?" - ela abre a boca em choque
"Eu sei. Mas é para o bem dele. Ele vai entender." - levanto-me
"Tu tens a certeza do que estás prestes a fazer? Pensava que amavas o rapaz."
"Amo. Amo mesmo, mas tem de ser. Para o bem dele." - viro-me, saindo do escritório.
Na hora de almoço, vou ter Beau. Ele fala-me de um carro novo que quer comprar. Eu finjo-me interessada enquanto penso em mil e uma maneiras de como vou acabar com Alexander. Eu amo-o e a ideia de ir viver com ele estava a agradar-me imenso, mas a Penelope tem razão. Eu apenas vou estar a destruí-lo. Aos poucos.
Ele merece melhor. Ele merece alguém que lhe deia tudo. Ele merece tudo!
"Dana!" - Beau chama-me
"O quê?"
"Estás ouvir o que te estou a dizer?" - ele pergunta
"Desculpa. Estava a pensar no trabalho que ainda tenho de fazer." - minto
"Vida de rica." - ele ri e eu junto-me a ele
"Quem me dera."
"É o diamante que pesa?" - ela pega-me na mão
"Não." - abano a cabeça - "Este é bonito. Vê bem."
"Quem me dera ter alguém que me desse um anel destes. Quem me dera ter alguém." - ele larga-me a mão.
"Tu vais arranjar alguém, Beau. O teu príncipe encantado."
"É. É. Essa ideia já se foi. Tenho quase trinta anos e o que mais me agrada à noite é a minha mão."
"Informações a mais, Beau." - faço uma careta
"Desculpa." - ele pede, mas não se sente culpado de nada.
"Eu pensava que estavas a pensar adotar uma criança..."
"E estou, mas se calhar pai solteiro não será a minha cena."
"Tu não sabes." - bebo um pouco do meu Iced Tea - "Tenta. Tens vinte e nove anos e sempre quiseste ser pai."
"Mas eu pensei que fosse ter alguém quando chegasse a esta idade."
"Aguenta, Beau. Eu também pensei muita coisa e-"
"Tu estás com a porra de um bilionário todo bom, Danaë."
Claro que ele não iria perceber. Ninguém iria, porque ninguém sente o que eu sinto. Ninguém percebe a dor que eu senti quando o meu pai agredia a minha mãe e o meu irmão à minha frente. Quando o meu cabelo era puxado, apenas porque sim. Quando ouvia os gemidos das mulheres, no andar de baixo, e ao mesmo tempo ouvia o choro da minha mãe. Ninguém percebe o quanto eu queria que o meu pai se fosse naquela altura. Ninguém entende o quanto eu desejei que aquilo acabasse.
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O Sucessor
Lãng mạn{Primeiro livro da trilogia 'O Sucessor'.} Danaë Scott é uma rapariga de vinte e três anos de nacionalidade Americana e Grega. Por escolha própria, quando os seus pais decidiram voltar para a Grécia, Danaë decidiu ficar em Boston. Alexander Raymond...