Capítulo 18

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"Claro, no futuro. Quem é que não quer ter filhos?"

"Não sei." - encolho os ombros

"Que mais não sei sobre ti?"

"Eu não sei... a minha vida não é assim tão interessante." - pego num pequeno urso branco agarrado a um coração que a minha mãe me ofereceu

"Tens um irmão. Garanto-te que só sei aquilo que te li e aquilo que me estás a contar. Não ando a vasculhar a tua vida."

"Tenho." - concordo

"Apenas da parte do pai, certo?"

"Sim." - assinto com a cabeça, olhando para o pequeno peluche na minha mão

"Como é que ele é?"

"Uhm... está sempre metido em problemas."

"É de um romance que o teu pai teve?"

"De um antigo casamento."

"Oh, ele é divorciado?"

"Sim." - assinto - "Agora é casado, de novo."

Uso os meus dedos para pentear o pelo do urso do branco, nunca fazendo contacto de olhos com Alexander.

"Durou muito tempo? O casamento."

"O primeiro durou três meses, acho. O segundo durou dois anos. E agora, o terceiro, estão casados há vinte e quatro anos."

"Três?" - ele exclama

"Sim."

"Não temos de falar disto, se te estás a sentir desconfortável." - ele avisa

"Oh, apenas não gosto muito de falar sobre isto."

"Mas podes olhar para mim." - ele fala e eu levanto o olhar - "Não gostas de falar do teu pai, é isso?"

"Não! Eu gosto de falar do meu pai, apenas não gosto de falar do passado dele."

"Não o temos de fazer."

"Fala-me de ti. Da tua família." - coloco o peluche no meio das minhas pernas - "Algo que as pessoas não saibam."

"Os meus irmãos são todos chatos. Sem exceção." - ele revela, fazendo-me rir - "A Paisley ainda consegue ser a mais calma."

"Consegue ser a mais calma ou é apenas dó por ela ser a mais nova?"

"Acho que por ser aquela que eu menos vejo, torna-se mais tolerante." - ele pousa o braço na cama - "Os meus pais não terminaram da maneira mais... simpática, e a Paisley ficou a morar na Inglaterra com a minha mãe, não vem cá muitas vezes porque não quer deixar a minha mãe sozinha, mas também não pode vir com ela porque a minha mãe recusa-se a ver o meu pai."

"Estão divorciados há sete anos, certo?" - questiono

"Sim. Separados há nove, se não me engano."

"E tu vês a tua mãe muitas vezes?"

"Falo com ela por telemóvel durante a semana..., mas sempre fui mais acarinhado pelo meu pai. Não por escolha."

"Por seres o meu velho?"

"Sim. Era para me chamar Henry Raymond júnior." - ele ri - "Mas a minha mãe não quis, o que chateou o meu pai."

"Eu gosto de Alexander." - admito e ele sorri-me

"Não é dos piores nomes. Desde sempre que o meu pai quis que a empresa fosse hereditária e não vendida. Como se fosse um trono."

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