"Claro, no futuro. Quem é que não quer ter filhos?"
"Não sei." - encolho os ombros
"Que mais não sei sobre ti?"
"Eu não sei... a minha vida não é assim tão interessante." - pego num pequeno urso branco agarrado a um coração que a minha mãe me ofereceu
"Tens um irmão. Garanto-te que só sei aquilo que te li e aquilo que me estás a contar. Não ando a vasculhar a tua vida."
"Tenho." - concordo
"Apenas da parte do pai, certo?"
"Sim." - assinto com a cabeça, olhando para o pequeno peluche na minha mão
"Como é que ele é?"
"Uhm... está sempre metido em problemas."
"É de um romance que o teu pai teve?"
"De um antigo casamento."
"Oh, ele é divorciado?"
"Sim." - assinto - "Agora é casado, de novo."
Uso os meus dedos para pentear o pelo do urso do branco, nunca fazendo contacto de olhos com Alexander.
"Durou muito tempo? O casamento."
"O primeiro durou três meses, acho. O segundo durou dois anos. E agora, o terceiro, estão casados há vinte e quatro anos."
"Três?" - ele exclama
"Sim."
"Não temos de falar disto, se te estás a sentir desconfortável." - ele avisa
"Oh, apenas não gosto muito de falar sobre isto."
"Mas podes olhar para mim." - ele fala e eu levanto o olhar - "Não gostas de falar do teu pai, é isso?"
"Não! Eu gosto de falar do meu pai, apenas não gosto de falar do passado dele."
"Não o temos de fazer."
"Fala-me de ti. Da tua família." - coloco o peluche no meio das minhas pernas - "Algo que as pessoas não saibam."
"Os meus irmãos são todos chatos. Sem exceção." - ele revela, fazendo-me rir - "A Paisley ainda consegue ser a mais calma."
"Consegue ser a mais calma ou é apenas dó por ela ser a mais nova?"
"Acho que por ser aquela que eu menos vejo, torna-se mais tolerante." - ele pousa o braço na cama - "Os meus pais não terminaram da maneira mais... simpática, e a Paisley ficou a morar na Inglaterra com a minha mãe, não vem cá muitas vezes porque não quer deixar a minha mãe sozinha, mas também não pode vir com ela porque a minha mãe recusa-se a ver o meu pai."
"Estão divorciados há sete anos, certo?" - questiono
"Sim. Separados há nove, se não me engano."
"E tu vês a tua mãe muitas vezes?"
"Falo com ela por telemóvel durante a semana..., mas sempre fui mais acarinhado pelo meu pai. Não por escolha."
"Por seres o meu velho?"
"Sim. Era para me chamar Henry Raymond júnior." - ele ri - "Mas a minha mãe não quis, o que chateou o meu pai."
"Eu gosto de Alexander." - admito e ele sorri-me
"Não é dos piores nomes. Desde sempre que o meu pai quis que a empresa fosse hereditária e não vendida. Como se fosse um trono."
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O Sucessor
Romansa{Primeiro livro da trilogia 'O Sucessor'.} Danaë Scott é uma rapariga de vinte e três anos de nacionalidade Americana e Grega. Por escolha própria, quando os seus pais decidiram voltar para a Grécia, Danaë decidiu ficar em Boston. Alexander Raymond...