Capítulo 7

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"O quê?"

"Convidaram-me para ir para a cidade." - ele aperta o volante com as suas mãos, antes de ligar o carro

"Qual cidade?"

"Los Angeles. Los Angeles, Dana! Tu sabes o quanto eu sonho sobre Los Angeles."

"Sim, mas, Los Angeles? É caro."

"Mas eles estão a oferecer-me o trabalho em Los Angeles. Ter dinheiro para uma casa, para tudo."

"E eu?" - pergunto - "O que é que vai acontecer comigo? Quando é que tens de dar a resposta?"

"No final da semana."

"Não poderiam ter escolhido mais perto? Vais literalmente para o outro lado dos Estados Unidos, Cal."

"É Los Angeles, Dana. Como é que eu posso dizer que não?"

"Simples. Abanas a cabeça e dizes que não."

"É isso que tu queres que faça?" - o transito está horrível a esta hora e o enorme elefante dentro do carro é constrangedor

"Tu é que sabes o que queres fazer. Não te vou proibir de nada."

"Tu sabes o quanto eu amo Los Angeles, Dana."

"Sei." - assinto

"Prometo que se conseguir um trabalho melhor, como ator, por exemplo, que te convido para seres o meu par nos Óscares."

Finjo um sorriso.

Cal acaba mesmo por decidir que quer ir para Los Angeles, e depois de dar a confirmação, na sexta, dizem-lhe que vai na segunda embora. O próprio Alexander Raymond esteve presente na reunião, para tratar de tudo.

"Ficas com o meu carro." - ele entrega-me a chave

"Eu não quero que tu vás." - encosto a minha testa ao seu peito

"Hey, querida, não é o fim do mundo. Eu vou para a cidade das estrelas." - ele esfrega as minhas costas com as suas mãos

"Eu estou contente por ti, Cal, mas prefiro quando estás aqui. Comigo."

"Não é como se nunca mais te fosse ver. Temos Skype, FaceTime. Podemos escrever por mensagens, todos os dias."

"Vais sentir a minha falta?"

"Vou tentar." - ele beija-me o topo da testa

"Ligas-me assim que chegares?"

"Ligo." - ele assente

"Ligas-me sempre que quiseres?"

"Sim. E tu também."

"Sim." - concordo

Afasto-me um pouco do seu aperto, coloco-me de bicos de pés, e juntamos os nossos lábios. Um beijo rápido. A sua testa encosta-se à minha e ele sorri-me. Um sorriso demasiado pequeno para ser considerado sorriso. Ele esfrega o seu dedo, gentilmente, na minha bochecha, antes de se baixar, voltar a pegar na sua mala, e virar-se. Vejo-o afastar-se, por entre o detetor de metal. Assim que não o consigo ver mais, observo a chave do seu carro na minha mão. Limpo as lágrimas que me caem pelo rosto e caminho para o parque de estacionamento. Quando finalmente chego a casa, Zoey está a ler uma revista.

"Então?" - ela mira-me - "Estiveste a chorar?"

"Não." - minto

"Não me mintas. Eu sei bem que vocês eram mais que amigos. Durmo no quarto ao lado, sabes?" - ela faz-me rir

"Ele foi para Los Angeles, Zo. Los Angeles. É do outro lado dos Estados Unidos." - sento-me ao seu lado

"O que é isso?" - ela aponta para a minha mão

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora