Capítulo 37

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Dou-lhe uma toalha, que ele enrola à volta da sua cintura. Enrolo uma toalha à minha volta e meto outra na cabeça, cobrindo o meu cabelo. Abro a porta da casa-de-banho e caminhamos ambos de volta para o quarto. Vestimo-nos com rapidez.

Assim que estamos prontos, eu numas calças de ganga e uma camisola grossa e ele num fato azul escuro, gravata da mesma cor e camisa branca, saímos de casa. O meu cabelo ainda está húmido e a melhor parte é quando ele me diz que vou ficar doente, preocupando-se comigo.

"Cada um em sua casa hoje." - digo quando ele para o carro um quarteirão antes de chegar ao hotel

"Porquê?" - ele parece alarmado

"Porque..." - tento pensar numa razão - "Porque não podemos fazer isto todos os dias, Alexander." - pego na mão dele, que antes estava sobre o volante.

"Claro que pudemos."

"Não gosto de dormir em sofás." - toco-lhe no nariz com o meu indicador esquerdo

Ele parece pensar durante um pouco.

"Eu tenho uma ideia." - ele conta - "Venho-te buscar aqui, depois do trabalho."

"Alex, eu adoro estar contigo." - garanto-lhe - "Mas não o posso fazer todos os dias. O que estou a fazer vai-me levar ao despedimento."

"Não, se ninguém descobrir não vai."

"Não é como se namorássemos." - abano a cabeça - "Tive uma coisa parecida antes e garanto-te que não gostei muito, por isso, desculpa, mas hoje não vai dar." - beijo a sua mão

"Eu não sou ele."

"Nem eu sou ela."

"Eu adorei a noite. Quero mesmo repeti-la."

"Um dia destes, mas não de seguida. Dá-lhe tempo." - tiro o cinto - "Estou atrasada, tenho de ir."

"Posso te ligar depois do trabalho?"

"Claro." - assinto, sorrindo - "Fá-lo, por favor."

"Farei."

Saio do carro e corro para o hotel. Mudo de roupa em minutos e subo as escadas, em vez de esperar pelo elevador. Nove menos um quarto. Ótimo.

"Scott!" - ouço Valentina e viro-me de imediato para ela

"Desculpa, eu adormeci." - minto, caminhando até ela

"Vem comigo." - ela ordena e eu sigo-a para o elevador - "Desculpa gritar contigo." - ela acalma-se quando as portas do elevador se fecham - "Tenho de te tratar da mesma maneira que trato os outros, à frente deles."

Tento esconder o meu ar confuso, do que está a acontecer aqui.

"Somos amigas, certo?" - ela sorri-me

Somos?

"Sim." - respondo, não querendo fazer disto um momento constrangedor

"Ótimo. Uhm, o senhor Raymond está a organizar mais uma festa, pensei que gostasses de ajudar."

"A sério?" - arregalo os olhos

Nunca tive direito a fazer tal coisa, convidavam-me só porque fazia parte do painel, se não, nem a isso eu tinha direito.

"Claro. Sabes que ficamos todos um pouco tristes por não te podermos por de volta na receção, por isso o senhor Raymond disse que sempre que eu achar que exista algo que possas gostar, poderia propor-te."

"Isso é bastante simpático, Valentina."

Sim, isso é porque ele não sabe que ontem à noite o seu filho estava enterrado dentro de mim e hoje de manhã cheguei atrasada porque o membro privado do seu filho estava coberto com a minha mão.

O SucessorOnde histórias criam vida. Descubra agora