Rodrigo
Depois que eu conversei com a mãe da Thamyris, ela me deu uma tranquilizada... eu fui na casa da minha mãe pegar a chave de casa.
Quando eu to em missão dentro dos matos ou viajando deixo a chave lá pra coroa olhar a casa e o Zeus meu filho.
— To entrando — falei abrindo o portão pequeno que sempre ficava só escostado.
— Oh tio — Felipe, meu sobrinho tava jogando bola na garagem quando me viu largou a bola e veio me abraçar.
— E ai moleque, ta tranquilo?
— Suave — ele respondeu e eu ri, fizemos um toque.
— Cadê tua vó? — perguntei.
— Ta na cozinha com a bisa... — entrei na casa e o cheiro do feijão fez meu estômago roncar.
— Tu era mais pontual quando eu morava aqui em dona Marta, quase meia noite e essa janta ainda não ta pronta.
— Vai catar coquinho Rodrigo, to boa hoje não — ela falou brava e eu ri.
— Ialá, quê que tu tem garota? — perguntei e minha vó riu da cara que minha mãe fez.
— Sou suas colega pra tu falar assim comigo não... cadê o respeito?
— Deixa ela filho... ta com o tico e teco defeituoso assim desde cedo.
— Mamãe até a senhora — minha mãe falou mexendo nas panela, eu cai na gargalhada.
— E ai gatona, como que tu ta? — perguntei pra minha vó.
— To bem meu filho, mas Rodrigo vem cá, que foto é aquela com aquele monte de mulher e bebida que tu postou naquele tal de facebook?
— Pra tu ver como teu neto não marca bobeira, a loirinha arrastei depois dessa foto, foi só sucesso — respondi puxando a cadeira e me sentando.
— Misericórdia menino — minha vó falou boba — tu não tem vergonha não de falar uma coisa dessas?
— Mamãe a senhora é besta né, fica dando atenção pras conversa desse menino ai — minha mãe falou enxugando as mãos no pano de prato, ela se aproximou de mim e me deu um beijo na testa — cumprimenta tua mãe direito desnaturado — ela falou me estendendo a mão.
— Bença mãe.
— Deus abençoe — ela disse e puxou a cadeira e se sentou — cadê a Thamyris? To com saudade dela.
Não sei se isso foi bom ou ruim, mas minha mãe e a Thamyris se deram bem de primeira.
— Ta na casa dela.
— Aconteceu alguma coisa entre vocês? — minha vó perguntou.
— Não — respondi — não sei cara, Thamyris é complicada demais, não sei se eu vou ter paciência pra aturar — suspirei.
— Eita meu filho... vai dar certo, Deus proverá — minha vó falou e eu suspirei de novo.
— Espero que sim vó — falei.
— Rodrigo, tu não tenta nem ser simpático com a garota, é uma grosseria sem tamanho como é que tu quer que ela seja boa contigo? — minha mãe perguntou — agora se fosse aquela outra lá, aquela naja — ela falou se levantando — tu tava lambendo o chão que ela pisava.
— A culpa agora é minha? — minha mãe me deu mo tapão no braço.
— É, claro que é. Se tu não quisesse ter filho tu se protegia — ela disse brava de novo — agora não adianta nada tu ser escroto, eu sei que tu ta me escondendo coisa, porque eu conheço o filho que eu pari e eduquei e sei que tu não é desse jeito, então o que quer que esteja acontecendo concerta! Eu não quero que meu neto seja criado longe de mim por culpa sua.
— Ta certo mãe... vou falar nada não, cadê a chave de casa? — perguntei tentando trocar de assunto, tava cansado dessa situação.
— Olha o rei delas ta em casa — minha irmã falou entrando na cozinha.
— Tu que fica mostrando minhas coisas pra vó né? Tu vai ver em Nathalia — falei trocando o assunto e ela riu.
— Me erra Rodrigo... oi mãe — deu um beijo na coroa e foi pegar água — oi vó...
MARTA
NATHALIA
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VIDA BAGUNÇADA
ChickLit[primeira versão] | +18 | concluída. Resolver os problemas do passado e do presente pra que ela tenha um pouco de paz é o desafio de Thamyris.