capítulo quarenta

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Thamyris

— Ih, oh o Rodrigo ali — Henrique falou assim que voltou do banheiro.

— Chama pra cá não — falei e ele sorriu.

— Ah tá — foi lá pra perto deles, Henrique cumprimentou os dois e depois o Igor saiu de lá e entrou em casa.

— Quem é esse cara? — Marcos perguntou.

— É o bofe dela — Dara respondeu e eu olhei de canto pra ela que deu um sorrisinho e bebeu da cerveja dela.

— Só não vou falar nada do Negão porque ele tá morto — falei e ela riu.

— Melhor coisa que ele fez — Dara disse e eu revirei os olhos.

— Caralho... Gostava muito dele né? — Marcos perguntou e ela sorriu.

— Tu não imagina o quanto — ela respondeu e o Marcos sorriu de canto.

— Vocês querem mais cerveja? — Marcos perguntou se levantando.

— Traz lá — falei pegando meu copo e bebendo o restinho que tinha.

— Vou pegar mais coxinha — Dara falou se levantando.

Os dois saíram e eu fiquei sozinha na mesa, peguei meu celular e destravei a tela e travei de novo. Quando eu levantei a cabeça Rodrigo estava puxando a cadeira e se sentando do meu lado

— Se tu vier de palhaçada pro meu lado...

— Que palhaçada o que Thamyris — ele disse me interrompendo — tô na paz hoje.

— Ah tá — falei com desdém, virei a cara e fiquei olhando pro pessoal que estava passando na rua.

— Sei que nós não tem nada não, mas não quero ficar brigado contigo não.

— Não tem ninguém brigado com ninguém não Rodrigo.

— E porque tu não olha pra mim então?

— Porque tu não é espelho — respondi e ele deu uma risadinha.

— Tu é difícil em — olhei pra ele e arqueei minha sobrancelha, Rodrigo balançou a cabeça e sorriu.

— Eu sabia que tinha razão, tu ia me deixar em casa e ia sair. Pior né, ia vim pra cá e nem ia falar nada.

— Não é verdade isso — negou balançando a cabeça — eu ia te falar que tava aqui.

— Engraçado, não vi nenhuma mensagem no meu celular.

— Isso foi antes de tu me estressar — ele falou e eu ri sem humor.

— Eu te estressei Rodrigo? Tu tem certeza disso? — perguntei e ele se esticou na cadeira.

— Tenho — respondeu cínico e eu revirei os olhos — eu ia falar que tava aqui, e eu pedi pra tu não sair esse final de semana por isso.

— Não seria mais fácil tu dizer que queria me ver? Eu teria olhado na minha agenda um horário vago — falei e ele riu.

— Tá vendo como tu é? Muito difícil.

— Então desiste.

— É o que tu quer? — perguntou e eu fiquei calada — é isso que tu quer? — repetiu e eu dei de ombros.

— Se é o que tu quer.

— Não foi isso que eu perguntei.

— Mas é isso que eu tô te respondendo!

— Aí casal — Henrique falou se metendo entre nós dois — é hora dos parabéns... — apertou meu ombro, deu um tapinha nas costas do Rodrigo e se afastou, eu me levantei e fui lá pra frente e o Rodrigo ficou lá na mesa mesmo com o pé dele.

— PARABÉNS PRA VOCÊ, NESSA DATA QUERIDA MUITAS FELICIDADES MUITOS ANOS DE VIDA — cantamos juntos o Elias ficou com aquela cara que todo mundo faz. Ele assoprou as velas e depois deu um selinho na minha mãe.

— Foi tu quem convidou o Rodrigo? — minha mãe perguntou enquanto cortava o bolo e colocava nos pratinhos.

— Não, ele veio de intruso — respondi, peguei um pratinho com bolo, tirei um pedaço e comi.

— Leva bolo pra ele — ela disse e eu revirei os olhos.

— Deixa eu comer o meu pelo menos — peguei mais um pedaço e comi. Terminei de comer meu bolo. Peguei uns docinhos e o bolo do Rodrigo e fui lá pra mesa — pra ti — falei colocando a prato em cima da mesa.

— Valeu — ele agradeceu surpreso.

Puxei a cadeira e me sentei no mesmo lugar. Dara, Marcos, Henrique e Igor também tinham se sentado e estava todo mundo comendo e conversando de boa.

— Tu não vai comer não? — Rodrigo perguntou.

— Já comi — respondi pegando a cerveja que estava em cima da mesa e colocando no meu copo.

— Ai o fut já acabou, os moleques tão pensando em ir pra algum bar — Igor falou e o Rodrigo me olhou de canto.

Peguei meu copo e bebi um pouco da cerveja, não falei que esse filho da puta queria me passar a perna? Homem é muito sujo.

— Ah tá... — Rodrigo falou — quando eles decidirem a gente vai — Igor assentiu.

— Tu não quer ir não Henrique? — Igor perguntou — não convido as damas porque é dia dos amigos.

— Dia dos amigos vulgo dar perdido nas namoradas — Dara falou.

— Nada a ver — Henrique falou — quando eu era casado saia só com os amigos e nem por isso escondia isso da minha mulher.

— Ainda bem né, porque se continuasse a ser do jeito que tu era nenhuma mulher ia te querer não — falei e ele riu.

— Aí que tu se engana, quanto menos eu prestava mas elas queriam.

— Elas quem? As piranhas né! — Dara rebateu — amiga não se ofende.

— Sem ko, não me ofendo com verdade — falei e Rodrigo fechou a cara.

Ficamos nesse assunto ainda por um tempo e eu só cutucando o Rodrigo, até que eu me levantei e fui no banheiro, fiz xixi, lavei minhas mãos e assim que eu abri a porta Rodrigo estava ali. Ele me empurrou pra dentro do quarto e fechou a porta.

— Ih, me deixa sair...

— Te deixo sair quando tu me responder o que é que tu quer com isso — eu ia falar mas ele não deixou — tenho cara de otário? De moleque? Pra tu ficar de palhaçada com a minha cara?

— Altera o tom comigo não em — falei séria.

— Tô falando na moral contigo, não te encostei nem nada. Eu só quero saber se tu quer me deixar maluco, porque é a única explicação — disse — é isso né? Tu quer me deixar maluco — deu vontade de rir da cara que ele fez mas eu me controlei.

— Tu é maluco por si só, preciso fazer nada não — cruzei os braços e fiquei encarando ele.

VIDA BAGUNÇADAOnde histórias criam vida. Descubra agora