Thamyris
— Ai amor, tira uma foto minha aqui — Rodrigo pediu me entregando o celular dele, peguei, tirei a foto e devolvi pra ele — sou gostoso demais fala tu.
— Ai me poupe — falei revirando os olhos, ele riu e deixou as coisas dele comigo porque foi pro mar, todo mundo estava lá ativando sua marquinha e eu debaixo do guarda sol com a Dona Cidinha, não estava afim de tomar sol hoje.
— Mas tu já decidiu o tema do chá de bebê Thamyris? — Dara perguntou e eu neguei.
— Ai não sei não, é muita coisa e eu quero tudo — respondi — vou fazer o chá da minha filha com o tema de carnaval pra combinar na época que ela foi feita — falei e todo mundo riu.
— Tu vai fazer com 7 meses ou 8? — Nathalia perguntou enquanto passava protetor no Felipe.
— Vai depender do tamanho da barriga, não quero ta cansada demais na festa por causa do barrigão.
— Acho que tu nem vai fazer essas barrigas grandonas, porque ta quase com 6 meses e agora que ta aparecendo — Rayanne falou — eu com 4 meses já tava perdendo minhas calças — bebeu um pouco da cerveja dela.
— Ai que vocês se enganam — minha mãe falou e a Marta riu.
— Verdade, no começo pode não ter barriga nenhuma, mas já aumenta os peitos, o quadril e quando o neném começa a ganhar tamanho e peso, a barriga cresce do dia pra noite — minha sogra falou.
— Ainda mais se puxar pro Rodrigo, vai ser enorme — minha mãe falou e eu fiz careta.
— Ai credo, vira essa boca pra lá — me benzi — já pensou nascer com a cara do Rodrigo? Vai ser muita sacanagem comigo — todo mundo riu inclusive o Pedro que estava no meio da gente brincando com a areia e nem entendendo nada.
— Mas acontece, a gente carrega nove meses, mas sempre vem com alguma coisa do pai — minha sogra falou.
— Falando em pai Marta, o coroa aqui do lado não para de olhar pra ti desde quando a gente chegou eu bem to reparando nisso — Odete disse, e chupou o canudinho da caipirinha dele.
— Ele é bonitão Marta... chega nele — Dona Cidinha falou.
— Credo mãe — minha sogra disse — eu não... barrigudo, não quero.
— A pois eu quero, adoro um da terceira idade — Dara falou se mexendo na cadeira.
— Fica mais fácil pra tu matar o velho e dar o golpe né? — Odete disse e nós rimos.
— Viado escroto — Dara falou se levantando da cadeira.
Ficamos na praia até umas 16h, porque mais tarde nós íamos sair e todo mundo estava meio afim de tirar um cochilo também.
Assim que nós chegamos em casa, minha sogra e a Dona Cidinha foram direto pros quartos delas e eu e o Rodrigo pro nosso, depois do banho, me sequei e vesti só uma calcinha, um top de academia, passei meus hidratantes, me deitei e dei uma namoradinha com o boy.
Ultimamente Rodrigo ta ficando menos agressivo na hora do sexo, é bom porque ninguém vive só de tapa e socadão no útero, as vezes um amorzinho mais calmo é gostoso, mas essa gravidez ta me deixando com a ppk pronta pro ko 24h por dia até nos meus sonhos eu to fodendo, e mesmo que eu peça pra bater, me xingar ele não faz do jeito que fazia uó, mas de hoje ele não passa, já avisei a ele que só dá risada.
No horário, eu estava prontíssima pra ir jantar, Rodrigo terminou de se arrumar e nós fomos, encontramos com a Nathalia e o Raul no restaurante. Foi um jantar bem agradável, comi horrores.
Depois dali nós fomos pra uma boate, música eletrônica não é o meu forte, mas eu nem estava ligando porque minha meta hoje era deixar o Rodrigo bêbado, como eu sei que ele é fraco pra tequila, sempre dava uns shots pra ele virar e depois tacava vodka por cima.
— Vou ficar bêbado assim — Rodrigo falou e eu sorri.
— Eu dirijo — falei bebendo um pouco do meu suco e em seguida dei alguns selinhos nele.
Rodrigo ficou me olhando desconfiado e eu nem tchum pra ele.
A gente estava se divertindo, Rodrigo bêbado é uma graça, fala muita merda e fica rindo de qualquer coisa, eu já estava com a carteira dele na minha bolsa e o celular dele na minha mão pra ele não perder.
— Tu vai me derrubar desse jeito — falei depois dele me girar algumas vezes.
— Ai vai cair nós dois, porque eu não vou conseguir te segurar.
— Me sinto bem mais segura assim — debochei.
— Eu vou no banheiro — avisou.
Eu assenti, trocamos um selinho e ele foi na direção do banheiro, o celular dele vibrou algumas vezes e eu olhei o que era, mensagem de um número que ele nem tinha salvo no whatsapp.
+55 21...: acabei de te ver com a Thamyris, me bateu uma saudade de você
+55 21...: faz tempo que a gente não se fala, tu sumiu e nem deu uma explicação... eu espero que esse número ainda seja teu kkkkkk
+55 21...: a gente pode se encontrar rapidinho? Prometo que não vai acontecer nada.
Na hora que eu li, comecei a olhar já pros lados.
— O que foi? — Nathalia perguntou e eu mostrei as mensagens pra ela — diz que sim, antes que o Rodrigo volte.
— Tu vai me dar cobertura?
— Vou — respondeu.
— Então tá.
Respondi a pessoa, marquei perto da saída de emergência da boate, ela respondeu, eu esperei ainda uns dois minutos pra ver se eu via alguém conhecido ali por perto e na hora eu vi a Paula descendo a escada do camarote, na hora em que eu ia sair de lá o Rodrigo chegou.
— Vai pra onde? — perguntou.
— Vou no banheiro — respondi — to apertada, já que eu volto — sai de perto dele e dei a volta pra que ele não me visse.
Cheguei lá na saída e a Paula estava lá mexendo no celular, na hora que ela me viu ficou mais branca do que já era.
— Não precisa nem abrir a porra dessa tua boca e nem gastar os teus poucos neurônios pra inventar uma desculpa.
— Eu tenho que inventar desculpa pra quê? — me interrompeu — pra quem na verdade? Pra você? Me poupe — revirou os olhos e tentou passar, mas eu empurrei ela — ta maluca garota?
— To, eu to bem maluca! — gritei — e é bom tu ficar pianinha.
— Ta me ameaçando? É isso?
— Entenda como você bem quiser — respondi e empurrei ela de novo que ficou contra a parede — entende também que tu é passado — segurei o braço dela e apertei com força — e da próxima vez em que eu ver mensagem sua no celular do meu marido, eu posso estar no inferno, mas eu venho de lá e te ensino do jeitinho que me ensinaram o que acontece com mulher que mexe com homem casado, faz um favor pra mim e pra ti, fica longe de mim e da minha família — soltei o braço dela e sai de perto.
Voltei pra onde o pessoal, a Nathalia me olhou eu sorri de canto e peguei a garrafinha de água que tinha ali dentro do balde onde estavam as bebidas, abri e dei um gole.
— Bora pra casa? — Rodrigo perguntou abraçando minha cintura e beijando meu pescoço.
Nessa hora a Paula passou bem do nosso lado com a maior cara de cu, eu sorri pra ela por puro deboche pra não perder o costume, me virei pro Rodrigo e cruzei meus braços em volta do pescoço dele.
— Vamos — respondi, nos despedimos da Nathalia e o Raul e fomos embora.
— É por isso que tu tava me embebedando? — Rodrigo perguntou assim que eu parei na entrada do motel.
— Jamais — falei cínica e ele riu no banco do carona.
Entramos no motel depois de pegar a chave do quarto que era bem bonitinho, espelho no teto grandão, cama enorme, tinha até um pau pra poli dance, mas era em outro pau que que queria me enroscar hoje.
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VIDA BAGUNÇADA
ChickLit[primeira versão] | +18 | concluída. Resolver os problemas do passado e do presente pra que ela tenha um pouco de paz é o desafio de Thamyris.