capítulo cinquenta e cinco

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Thamyris

Nos sétimo mês de gravidez eu acabei tendo uns probleminhas com a pressão que estava muito baixa, por isso achei melhor adiar um pouquinho mais o chá de bebê da Manuella, que além de dar um trabalho danado ainda ia ser no Rj, porque a nossa família e grande parte dos amigos estão lá.

Confesso que sinto muita falta do Rj, mas já não sei mais se trocaria as coisas que eu tenho aqui pra voltar pra lá.

Mesmo com os contratempos e uma barriga e tanto de 8 meses o chá de bebê foi lindo e perfeito, eu curti tanto que as primeiras fotos que eu vi foi pelo celular dos outros, praticamente todos os dias eu arrumo as roupinhas dela, os sapatinhos, as faixas, olho a mala da maternidade, ta tudo pronto só falta ela decidir o dia que quer nascer.

Enquanto isso o meu passa-tempo é ficar alisando e conversando com a barriga.

Thamyris Torres: @socorrojesus eu vou explodir 💕😩 #38semanas

Thamyris Torres: @socorrojesus eu vou explodir 💕😩 #38semanas

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— Tu tem certeza que não quer ir pra lá? — Rodrigo perguntou enquanto eu terminava de fazer o nosso almoço.

— Tenho, até porque já falei com a minha mãe e ela vai vir pra cá e também tem a sua... sem falar na Roberta que vem aqui quase todo dia — disse abaixando o fogo do arroz — ou tu quer me despachar pro Rio pra ficar sozinho aqui? — me virei pra ele e arqueei uma sobrancelha.

— Claro que não amor — falou sério — ta maluca? Nada a ver isso ai, mas eu fico preocupado pô... — suspirou — porque tipo quando a Manuella nascer, no máximo eu vou conseguir ficar em casa no máximo só uma semana, não quero tu sozinha com ela aqui em casa.

— Eu não vou ta sozinha — sorri e ele revirou os olhos.

— Ta, mas e depois que tua mãe for embora?

— Ué, a gente vai ter que dar o nosso jeito — respondi simples — não vai dar pra ter alguém aqui cem por cento do tempo além de nós dois e nem tem como parar as nossas vidas pra ficar cuidando só da Manuella — Rodrigo suspirou e balançou a cabeça negativamente.

— Olha eu to com medo ta? — cruzei os braços em cima da barriga e fiquei encarando aquele homão da porra — é sério Thamyris, eu pensei que fosse ser mais tranquilo, mas cada dia que passa, eu to ficando mais louco. Era pra ela ter nascido a o que? 14 horas.

— RODRIGO! — gritei o interrompendo — tu ta contando a quantas horas eu fiz 38 semanas? — perguntei e ele ficou calado — para de maluquice, nós optamos por isso, esperar ela decidir a hora que quer vir, e se lembra do que a médica falou? Até as 40 semanas ta tudo bem.

— 40 semanas é muito Thamyris — falou feito criança birrenta.

— Teu pai vai me deixar maluca filha — falei rindo e alisando minha barriga.

— E tu vai deixar o arroz queimar — Rodrigo falou se aproximando e desligando o fogo rápido — eu espero que nos próximos eu não fique assim.

— Próximos? — perguntei arqueando a sobrancelha.

— Ué, nos próximos filhos que nós vamos ter — respondeu e eu gargalhei.

—Ta maluco né? Só pode...

[...]

40 semanas!

CALOR!

Calor é a palavra que descreve o que eu venho passando nos últimos dias, do nada Minas virou um inferno, dai junta os meus hormônios, uma barriga enorme e pesada o calor triplica.

Só porque eu não sou obrigada, coloquei meu biquininho e fui tomar banho de mangueira lá fora, Zeus adora ficar deitado perto de mim, mas como eu estava mexendo com água e ele morre de medo, ficou dentro da casinha dele e dali ele não ia sair nem com reza.

Fiquei uma boa parte da tarde lá fora, banhando e pegando um solzinho.

Rodrigo chegou bem na hora que eu estava arrumando as coisas, coloquei tudo no lugar e fui pro banheiro, tomei meu banho ao som dos gritos do Rodrigo com os jogadores, antes ele ficando maluco sozinho do que eu né?

Sai do banheiro toda cheirosinha, de cabelo lavado e hidratado, passei meus cremes, me vesti e fui lá pra sala perturbar o maluco.

— SEU FILHO DA PUTA! PÉ TORTO DO CARALHO! — escutei o Rodrigo gritar.

Assim que eu entrei na sala senti um "ploc" e depois uma água escorrer pelas minhas pernas e formar uma poça de água no chão.

Rodrigo

— RODRIGO! — Thamyris me chamou de novo, eu fingi que não escutei.

— É a final da Champions League amor.

— Minha bolsa estourou — ela falou.

— Tá, depois a gente compra outra — falei sem muita importância e sem olhar pra ela — deixa eu assistir aqui o jogo amor, rapidão — falei apreensivo, olhei pra ela rápido e voltei minha atenção pra televisão.

— Ai meu cu — Thamyris reclamou e foi pra frente da televisão.

— Porra Thamyris, sai da frente ai fazendo esse favor — falei me levantando do sofá, pronto pra tirar ela se fosse preciso.

— A MINHA BOLSA RODRIGO! — ela gritou e apontou pro lado eu olhei e vi uma poça de água no chão.

— Tu mijou? — perguntei segurando o riso ela revirou os olhos e suspirou

— Manuella vai nascer Rodrigo...

— É O QUE? — abri mo olhão, minha cabeça deu um giro de 360 e um sentimento de desespero bateu — como assim ela vai nascer? Tua mãe ainda nem chegou!

— Ah sim, como se nossa filha fosse esperar a avó dela pra nascer... não quer conversar com ela e pedir pra esperar teu jogo acabar também não? — perguntou irônica.

— Nem com dor tu deixa de ser abusada hein? Puta que pariu — reclamei e a Thamyris riu.

— Eu vou me limpar e trocar de roupa antes da gente ir pro hospital...

— Quer ajuda?

— Não, eu tô bem, ainda não tô com contração — ela falou voltando pro nosso quarto — só coloca as coisas no carro — gritou.

Eu fiquei ainda uns minutos meio perdido, mas fiz o que ela me pediu coloquei as coisas no carro. Ocupar minha cabeça ajudou um pouco no nervosismo.

Depois que Thamyris desocupou o banheiro, foi a minha vez, queria ficar cheirosinho pra conhecer minha filha.

Depois de tudo pronto nós fomos pra maternidade, Thamyris ligou no caminho pro médico, quando nós chegamos na maternidade ela já foi internada, e o médico chegou um tempinho depois.

A Thamyris calma que estava lá em casa na hora em que a bolsa estourou, foi embora rapidinho quando as contrações começaram a vir com mais frequência. O foda é que apesar de estar sentindo dor, a dilatação estava bem lenta, eu tentei me manter calmo, mas isso era praticamente impossível.

— Para de andar de um lado pro outro, ta me deixando tonta — Thamyris pediu enquanto chupava gelo.

— Eu não consigo, não tem nada pra fazer a não ser ficar nervoso.

— Tu ligou pra minha mãe e pra sua pra avisar? — ela perguntou e eu bati na minha testa.

— Não, vou ligar — peguei meu celular e liguei primeiro pra minha sogra, avisei ela que começou a enlouquecer do outro lado da linha, dei até o celular pra Thamyris pra tentar acalmar a mãe dela.

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