Jr
"Meu bebê" escutei uma mulher gritar, ela caiu no chão chorando e eu não conseguia fazer nada pra ajudar por mais que eu quisesse fazer algo eu não me mexia. Eu era impotente e isso me deixava angustiado, acordei no susto todo suado e com o coração acelerado.
— Caralho — falei me sentando na cama.
Sonhava quase toda noite com essa mulher era sempre a mesma coisa.
Ter visto a Thamyris naquela situação naquele dia lá foi foda, ficou na minha mente e olha que eu já vi muita coisa ruim acontecer. Peguei meu celular e olhei as horas, três e pouco da manhã, pelas minhas contas eu não tinha dormido nem duas horas direito, e olha que eu estava dois dias sem dormir já.
Tiro pra todo lado, gente morrendo eu precisava de sossego, sai lá do dezoito e vim passar pelo menos a noite fora, o crime não é creme não quem entra nessa vida tem que ter disposição.
Escutei barulho de helicóptero e fui até a janela e vi ele passando, sai de perto da janela e comecei a pegar minhas coisas e colocar numa mochila, sei que eles não tão na minha intenção hoje mas eu não posso dar chance não. Terminei de pegar as coisas coloquei a mochila nas costas, sai da casa e vi um outro helicóptero passando, pra onde quer que eles estejam indo eu quero ta bem longe, coloquei meu capacete, liguei a moto e sai cantando pneu, peguei a linha amarela até chegar em Água Santa, longe pra caralho.
— Qual foi Jr tu não ia voltar só amanhã? — Vitinho perguntou já me esperando na entrada do beco onde ficava uma das casas que a gente estava usando.
— Era a intenção, mas eu senti saudade bebê — falei e ele riu.
— Tomar no cu pra lá — ele falou entrando no beco.
Deixei minha moto ali e segui ele, acenei com a cabeça pros moleques que estavam ali na segurança, entrei na casa e vi o comédia do Dodô sentado na cozinha comendo
— E ai cara, ta boa a hospedagem? — perguntei e ele riu de boca cheia — nojento...
— Ai qual foi daquela foto que tu mandou? — Vitinho perguntou se sentando no sofá com o celular na mão — eles tavam indo pra onde?
— Sei lá, mas acho que era sentido Coelho Neto — respondi tirando minha mochila.
— Tem alguém por lá? — Dodô perguntou e eu dei de ombros.
— Ai te falar Thamyris ta voltando pra cá amanhã — Vitinho falou e eu arqueei uma sobrancelha.
— Que ela vai vim fazer aqui? — Dodô perguntou.
— Morar, ela sempre morou aqui o que mais ela ia vim fazer aqui? — Vitinho falou — Henrique vai colar também, mas é só pra pegar as coisas da casa dele.
— Esse Henrique é o que virou militar? — perguntei.
— É ele mesmo — Vitinho respondeu.
— Tranquilo — falei dando de ombros, Dodô reclamou de alguma coisa mas ninguém entendeu — o quê que tu ta falando ai Dodô? — perguntei me virando pra ele.
— Nada não — ele respondeu se levantando e levando o prato pra pia.
Não é de hoje que eu ouço falar da Thamyris apesar de ela não ter a mínima ideia de que eu sou irmão do Playboy nós crescemos juntos lá na Maré, mas com o tempo nós seguimos nosso rumo e acabamos nos distanciando. Ele sempre foi muito imprudente, não pensava nas coisas só fazia.
Eu não sei como ele veio parar no dezoito, ou muito menos o que ele fez pra assumir isso daqui, por muito tempo as notícias que eu tinha do meu irmão chegavam em mim pelos outros e quando ele me procurou eu até me surpreendi, ele não queria mais fechar com os caras da facção lá, queria trocar, mas ele não queria perder o morro e muito menos a vida, mas isso não aconteceu.
Por mim eu estava tranquilo lá no meu lugar fazendo meus corres, mas ai eu descobri que o Jean queria o morro de volta e eu simplesmente não podia deixar isso acontecer, obviamente que isso me custou muita coisa, mas ver ele morrendo pagou.
JR | 26 ANOS
VITINHO | 24 ANOS
Sumi por uns dias, mas voltei já com aquele mesmo esquema de postar dois por dia, comentem e votem sempre, pq isso me ajuda demais. Divulguem a história pros amigos.
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VIDA BAGUNÇADA
ChickLit[primeira versão] | +18 | concluída. Resolver os problemas do passado e do presente pra que ela tenha um pouco de paz é o desafio de Thamyris.